A taxa de letalidade da Covid-19 em Portugal é de 3,3%, um valor que sobe para os 13,3% acima dos 70 anos. Portugal já fez 302 mil testes do novo coronavírus.
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"Portugal ultrapassou a barreira dos 300 mil testes realizados.", anunciou o secretário de Estado da Saúde, António Lacerda Sales, esta quinta-feira, na conferência de imprensa sobre a evolução epidemiológica da Covid-19 em Portugal.
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"Desde 1 de março, foram realizados cerca de 302 mil testes de diagnóstico Covid-19. Estamos a falar de uma testagem de 27925 pessoas por milhão de habitantes, em linha, e à data de hoje, superior a países como a Noruega, a Suíça, a Itália e a Alemanha", sublinhou.
"Do total de testes, cerca de 49% foram realizados em laboratórios públicos", indicou o governante.
Portugal regista esta quinta-feira 820 vítimas mortais de Covid-19. "A taxa global de letalidade é de 3,7% e a taxa de letalidade acima dos 70 anos é de 13,3%".
António Lacerda Sales revelou que, "desde 9 de março, foram transferidos cerca de 2300 doentes de hospitais do Serviço Nacional de Saúde (SNS) para as unidades da rede nacional de cuidados continuados integrados" e "foram encontradas 230 respostas sociais", o que permitiu "libertar camas hospitalares cruciais nesta altura de maior pressão do sistema".
"Continuamos empenhados em garantir que o SNS continua a responder positivamente às diferentes fases da epidemia e o esforço de todos continua a ser tão determinante hoje como foi ontem", concluiu.
Ventiladores em chinês
Questionado sobre a chegada a Lisboa de ventiladores comprados à China com botões em língua chinesa, António Lacerda Sales reconheceu "que alguns ventiladores vêm com indicadores e botões em chinês mas nesses mesmos ventiladores existem indicadores que são universais e que permitem ter acesso facilitado" aos equipamentos. "Se houver casos em que isso não aconteça, haverá maneira de fazer a formação dos profissionais", acrescentou.
Cada pessoa em Portugal infeta outra
Graça Freitas, diretora-geral da Saúde, explicou que o R0 é o índice de infeção que cada pessoa representa. "Quanto maior foi o R, maior é a capacidade da curva [epidemiológica] subir. Um R muito próximo de 1 é a situação de planalto e quando está abaixo de 1 é porque a curva está a descer".
"Não há um número mágico" para começar a aliviar as medidas e restrições impostas para conter a propagação do vírus. "A Noruega adotou um R de 0,7. Nós temos cerca de [R] 1, algumas regiões ligeiramente acima e outras regiões ligeiramente abaixo", disse. "Estamos num ponto de equilíbrio".
Este "é apenas um indicador de como a epidemia está a decorrer", mas descomprimir ou não as medidas e restrições depende da "curva epidemiológica, da capacidade do sistema de saúde e capacidade que os países têm em monitorizar ambas as coisas", sublinhou.
"Sabemos que provavelmente quando descomprimirmos as medidas a curva vai ter tendência a uma subida", alertou Graça Freitas.
Consultas não presenciais aumentam 26,9%
O secretário de Estado da Saúde voltou a ser questionado sobre as consultas e cirurgias adiadas devido à pandemia, tendo apontado "uma diminuição de 6,6% das consultas presenciais" nos cuidados de saúde primários no primeiro trimestre de 2020, em comparação com o mesmo trimestre de 2019, mas, destacou, "nas consultas não presenciais há um aumento de 26,9%".
"Nos hospitais há menos 5,7% de consultas e menos 5,3% de cirurgias", disse, reiterando: "estamos a fazer um plano de recuperação", mas sem apontar qualquer data.
Máscaras sociais com critérios de qualidade
Em relação ao fabrico de máscaras sociais/comunitárias, Graça Freitas sublinhou que há "critérios de qualidade".
"Foi constituída uma comissão com várias instituições - é o Infarmed que coordena esta 'task-force' - para, com a indústria portuguesa e com a instituição que regulamenta a qualidade dos têxteis em Portugal, de serem fabricadas máscaras sociais ou comunitárias com alguma qualidade e capacidade de filtração", disse Graça Freitas. "Os requisitos foram dados aos produtores".