Infarmed confirma escassez de material a nível mundial. Elevada procura obriga Ministério a integrar artigos na Reserva Estratégica.
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Entre os dias 14 e 15 de fevereiro vão chegar ao aeroporto de Lisboa 7 milhões de seringas e 4 milhões de agulhas, os mesmos valores estão previstos para mais duas entregas, a 30 de março e 20 de maio, explica o Infarmed ao JN.
A Autoridade do Medicamento confirma a "escassez generalizada" destes artigos, motivada por uma enorme procura mundial, o que levou o Ministério da Saúde a incluí-los na sua Reserva Estratégica.
As encomendas previstas fazem farte de uma contratação pública europeia, mas já este ano foram adjudicadas no mercado nacional quase quatro milhões de seringas de 1ml, as utilizadas para administrar a vacina contra a covid-19. Desta encomenda, 850 mil chegam às unidades de saúde já esta semana. As restantes vão ser entregues até à primeira semana de março.
Os programas de vacinação têm vindo a pressionar os produtores mundiais, mas, ao contrário do que aconteceu com as máscaras, a dependência da China neste caso é apontada como sendo menor.
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A alemã B. Braun, uma das maiores fabricantes, assegurou ao JN que "tem desenvolvido todos os esforços para colmatar as necessidades, aumentando ao máximo a capacidade das linhas de produção", e garante que tem vindo a "antecipar entregas e a sugerir alternativas". Também a germânica Henke-Sass, Wolf confirma que a procura "é cinco vezes superior à que existia antes da pandemia" e que as unidades estão a laborar a todo o gás, já que se prevê que as encomendas atinjam níveis ainda mais elevados nos próximos meses, já que muitos países estão ainda no início das suas campanhas de vacinação.
O DOBRO DO PREÇO
Desde o final do ano que a portuguesa Normax deixou de ter agulhas e seringas para vender. "Rebentaram com o stock", conta Silvino Sousa, sócio-gerente.
O preço das seringas tem vindo a subir. "Há aumentos para o dobro, e não confirmam prazos de entrega. Há quem atire as entregas já só para junho e para julho".
A distribuidora da Marinha Grande traça um cenário idêntico para as agulhas. "É a loucura e neste caso não se convertem têxteis para fazer agulhas e seringas", acrescenta o empresário.