Nos últimos anos, os preços dos quartos mais do que duplicaram no Porto e em Lisboa. Residenciais estão a ser convertidas em alojamento local.
Quartos com rendas que subiram para mais do dobro nos últimos três anos, pensões que fecharam para abrir caminho a unidades de alojamento local e muito pouca oferta a preços acessíveis. É este o quadro, no Porto e em Lisboa, enfrentado pelos que tentam encontrar um cantinho para viver. Mesmo com apoio das entidades oficiais, que confirmam o problema, este é um desafio cada vez mais difícil para as bolsas dos desfavorecidos.
As pensões já deram abrigo a milhares de beneficiários do rendimento social de inserção (RSI). No entanto, com o crescimento turístico e a consequente especulação imobiliária, viver num quarto deixou de ser acessível a todas as carteiras, com mensalidades a chegar aos 400 euros. Ainda assim, no Porto, quem não tem recursos para arrendar uma casa é encaminhado para pensões. A Segurança Social fornece listas de possíveis unidades de alojamento, mas depois os preços não lhes permitem pagar o arrendamento. Em Lisboa, o cenário repete-se. As velhas residenciais em zonas antigas da capital, que, até há meia dúzia de anos, praticamente só acolhiam pessoas em frágil situação económica, estão a desaparecer para dar lugar a hostels. Os quartos que restam tornaram-se "proibitivos" para as bolsas dos antigos utentes.
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