E pronto! Outro Natal que já lá vai. Tudo passa tão depressa! Ainda há dias saímos de um verão escaldante, com incêndios rurais destruidores e efeitos da seca extrema nas manchetes, e eis-nos já com o bacalhau e o polvo comidos, os presentes dados e recebidos, e a pensar no que 2023 nos poderá trazer de bom e de mau. Pelo menos tem chovido com abundância, o que, só por si, já é uma bênção. As consequências de mais um ano seco são inimagináveis.
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Esta não foi uma segunda-feira seca, nem sequer de notícias. À falta de mais, o presidente da República já daria para escrever algumas. Primeiro porque foi à Serra de Estrela visitar vários concelhos atingidos pelo violento incêndio do passado mês de agosto, o maior em 47 anos, que destruiu 24 mil hectares de terreno onde também havia muita floresta. Foi lá que defendeu uma revolução administrativa para responder de forma mais eficaz aos grandes incêndios. Esta terça-feira vai aos concelhos de Murça e de Vila Real, também para inteirar-se sobre como ficaram depois dos grandes fogos que os atingiram em julho.
Marcelo já tinha comentado no dia de Natal a polémica instalada sobre a indemnização choruda de meio milhão de euros que Alexandra Reis, atual secretária de Estado do Tesouro, recebeu para abandonar a TAP, tendo ingressado, três meses depois, na Navegação Aérea de Portugal. "Há quem pense que era bonito prescindir disso [indemnização], atendendo a que está noutra função", disse, em Pombal de Leiria.
Ora, este tema promete continuar a alimentar noticiário, porque os partidos Bloco de Esquerda, PAN e Chega já fizeram saber que querem mais explicações e até o próprio Governo já questionou a TAP sobre a legalidade de tal indemnização. Entretanto, Alexandra Reis explicou que "nunca" aceitou e "devolveria de imediato" quantia fora do cumprimento da lei.
O dia seguinte ao Natal fica também marcado pela morte de António Mega Ferreira, que, entre muitos sucessos na vida cultural do país, ficará para sempre conhecido como o pai da Expo 98, talvez o maior e mais global evento organizado por Portugal. "Foi um dos melhores da sua e minha geração no campo da cultura. Presto-lhe a minha homenagem sentida", escreveu o chefe de Estado sobre Mega Ferreira.
E há mais uma morte de uma mulher às mãos do marido a lamentar neste país, onde a violência doméstica continua a fazer todos os anos dezenas de vítimas mortais, as mais das quais do sexo feminino. Aconteceu no Seixal. O agressor ainda feriu o filho de ambos e a seguir tentou matar-se. Não conseguiu o objetivo, mas feriu-se gravemente.
Lá por fora, notícias trágicas que chegam dos Estados Unidos da América e de Espanha. No primeiro, 48 mortos na sequência da tempestade Elliot com imensa neve; no segundo, na Galiza, foi recuperado o sétimo cadáver resultante da queda de um autocarro para um rio. Apenas dois dos nove ocupantes sobreviveram.
A fechar, algo menos dramático: Os novos rostos do circo.
Boas festas. Feliz ano 2023!