Asfixiar até à morte no Alabama e a capitulação de Albuquerque
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O método é rejeitado até por veterinários, devido ao sofrimento que pressupõe a eutanásia por inalação de gás nitrogénio, mas foi deste modo que foi executado, na noite desta quinta-feira (madrugada de hoje em Portugal) Kenneth Smith, condenado à pena capital por homicídio, que há 36 anos aguardava no corredor da morte por um desígnio que remete para retrocesso civilizacional, ainda previsto em 27 dos estados norte-americanos.
Smith sobreviveu a uma injeção letal fracassada em 2022 e desencadeou, com isso, uma revisão dos procedimentos para a aplicação da pena de morte no estado do Alabama. Contam as testemunhas que estiveram presentes na sala onde a lenta tortura agora se cumpriu que o condenado esteve em sofrimento durante uns infinitos 22 minutos, até ser declarado o óbito.
O Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), a mais alta instância judicial das Nações Unidas, sediado em Haia, decidiu esta sexta-feira que vai avançar com uma investigação à acusação de genocídio na Faixa de Gaza interposta pela África do Sul contra Israel. Entre as medidas provisórias decretadas, “que têm efeito vinculativo”, o TIJ determinou que Israel deve adotar “todas as medidas possíveis para prevenir” atos que possam enquadrar-se na Convenção das Nações Unidas sobre o genocídio. O tribunal considerou ainda que Israel deve tomar “medidas imediatas e eficazes para permitir a prestação de serviços básicos e assistência humanitária que os palestinianos necessitem urgentemente para enfrentar as condições de vida desfavoráveis”. Se Pretória aplaudiu a decisão, “sem precedentes”, do TIJ, o primeiro-ministro israelita reiterou que a acusação de genocídio “não é apenas falsa, é ultrajante”.
A crescer de tom está a contestação dos agricultores franceses que têm vindo a ampliar a pressão sobre o Executivo para proteger o setor da inflação e da concorrência estrangeira. Ao bloqueio de estradas por todo o país soma-se a escatologia, com os manifestantes a despejar estrume diante de edifícios públicos, como lhe conta a jornalista Ana Isabel Moura. Com a entrada da longa marcha de tratores em Paris, esperam os homens e mulheres que lançam mãos e máquinas à terra ver as suas reivindicações atendidas pelo recém-nomeado primeiro-ministro Gabriel Attal, fiel discípulo de Macron.
Em convulsões está também o Governo Regional da Madeira, com a demissão, hoje anunciada, de Miguel Albuquerque, com o argumento de que deixou de ter “estabilidade parlamentar” para governar. O sucessor será conhecido já na segunda-feira, proposto pelo conselho regional do PSD, como lhe explica o jornalista João Vasconcelos e Sousa.
Na programação do Museu de Serralves para o próximo ano enquadra-se uma exposição, já em Março, da quase centenária e muito telúrica artista japonesa Yayoi Kusama, que apresenta, em grande escala, cruzamentos oníricos entre minimalismo e Pop Art, na estética nipónica que facilmente lhe reconhecemos. Esta e outras propostas para os próximos meses no texto da Catarina Ferreira, para espantar as agruras do Inverno.