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O consumo por estrangeiros, em Portugal, aumentou 18% nos dias anteriores à Jornada Mundial da Juventude (JMJ). A estimativa, feita a partir de operações com cartões bancários estrangeiros na rede de Multibanco, entre 27 de julho e 1 de agosto, foi noticiada esta sexta-feira à tarde pelo JN, mas há comerciantes em Lisboa que estão insatisfeitos com o negócio. Embora reconhecendo que a procura aumentou, argumentam que as faturas dos peregrinos são pequenas e não compensam a perda dos clientes habituais. Vá-se lá descobrir, então, onde tem ido parar o dinheiro levantado pelos turistas peregrinos.
Neste mundo de contradições, em que as religiões são muito férteis e a JMJ não escapa, o Papa Francisco sentiu necessidade de pedir aos responsáveis das instituições caritativas da Igreja que se questionem se têm nojo da pobreza, desafiando-os a sujar as mãos. "Tenho nojo da pobreza, da pobreza dos outros?", perguntou Francisco, perante representantes de centros de assistência sócio-caritativa, no Bairro da Serafina, em Lisboa.
O país parece suspenso da visita do Papa, mas continua a produzir outras notícias, algumas delas surpreendentes. No mesmo tempo em que assistimos a aumentos pornográficas no preço dos bens de consumo, soube-se que, entre maio e junho, o número de beneficiários do Complemento Solidário para Idosos (CSI) caiu 14%, o equivalente a menos 21 mil beneficiários. É o número mais baixo de há 15 anos. Não porque os idosos tenham encontrado formas alternativas de sobrevivência face à subida do custo de vida, mas porque o valor de referência do CSI subiu 50 euros para 488,21 euros por mês.
Lá fora, arrancou na Arábia Saudita uma cimeira para debater a guerra na Ucrânia e tentar encontrar vias para a paz. Aconselho o nosso explicador que sintetiza o que está em causa, e um trabalho onde ouvimos alguns analistas. Uma delas, Sandra Fernandes, da Universidade do Minho, diz que a realização da cimeira de paz na Arábia Saudita é “o auge da hipocrisia internacional”, por ver nela um pretexto para o despótico reinado tentar limpar a sua imagem.
Da Rússia, que está ausente da cimeira, chegou a notícia da condenação Alexei Navalny, o mais conhecido opositor do presidente Vladimir Putin, a 19 anos de prisão, por ter criado, alegadamente, uma organização extremista.
Em Elvas, a bandeira russa foi içada num mastro onde estava a portuguesa. O presidente da câmara local, José Rondão Almeida, comentou que só pode ter sido "uma brincadeira de mau gosto", mas quer que “as autoridades abram um inquérito”, porque o desrespeito pela bandeira nacional é um crime público, justificou.
Outra das notícias do dia foi a da detenção de dois filhos do adepto portista conhecido por Marco “Orelhas”, que está preso preventivamente, tal como outro dos seus filhos, por um homicídio cometido nas noite dos festejos do último título do F.C. Porto na Liga de Futebol. No novo processo, em que um filho e uma filha foram detidos pela Polícia Judiciária, está em causa uma tentativa de homicídio registada na maior festa do Porto, a do São João.