Formação do Governo em contagem decrescente e pressão ao rubro
Com os olhos postos nos círculos da emigração, a contagem final está cada vez mais próxima, mas sem uma solução à vista que garanta estabilidade, enquanto o Chega aumenta a pressão, ameaçando com o chumbo do Orçamento da AD e avisando que não deixará passar uma indigitação de Pedro Nuno Santos mesmo que o PS vença.
Corpo do artigo
Esta segunda-feira, as atenções viraram-se para o Centro de Congressos de Lisboa, onde centenas de cidadãos se reuniram para registar mais de 300 mil votos vindos da Europa e de fora do Velho Continente até quarta-feira e onde já se testa o sistema que será utilizado nas eleições europeias.
Apesar da forte participação eleitoral, poucos parecem acreditar numa reviravolta, mesmo dentro do PS, como é o caso de Alexandra Leitão, coordenadora do programa eleitoral que não deixou, no entanto, de defender que o seu partido deve governar se tiver mais votos ou mandatos. Quinta-feira e sábado, os órgãos do PS vão debater os resultados e a estratégia a adotar.
O porta-voz da Comissão Nacional de Eleições (CNE), Fernando Anastácio, revelou que há um número "significativo" de votos dos eleitores portugueses residentes no estrangeiro que não vêm acompanhados da respetiva cópia do cartão de cidadão e por isso foram anulados.
Já o líder do Chega, que esta segunda-feira foi recebido em Belém, acredita que vai aumentar a lista de 48 deputados que já conseguiu. À saída de uma audiência com o presidente da República, garantiu que Marcelo desmentiu ter manifestado a intenção de impedir que o Chega entre no Governo e contou ter transmitido ao chefe de Estado não haver ainda qualquer acordo ou entendimento com a AD que permita dar estabilidade governativa para quatro anos. E nem sequer se compromete com orçamentos do Estado, tendo já ameaçado chumbar o primeiro de Luís Montenegro.
Na sequência das eleições de 10 de março, Marcelo está a ouvir os partidos, quando ainda falta apurar os círculos da emigração. Esta terça-feira, será a vez de uma delegação do PS ser recebida em Belém, às 16 horas, ficando a AD para o dia seguinte.
Já o primeiro-ministro cessante, António Costa, "despede-se" esta segunda-feira do secretário-geral da ONU, António Guterres, numa cerimónia em Nova Iorque, tendo destacado as mudanças significativas que o 25 de Abril proporcionou a Portugal no âmbito das Nações Unidas.
Entretanto, chegaram notícias animadoras do Instituto Nacional de Estatística (INE). A taxa de juro implícita dos contratos de crédito à habitação diminuiu em fevereiro pela primeira vez desde março de 2022, recuando 1,6% para 4,641%.