Corpo do artigo
A Federação Portuguesa de Futebol faz anos, 111, mas o dia não é de festa. Pedro Proença, atual presidente, e Fernando Gomes, antecessor no cargo, estão em rota de colisão. Da reunião federativa desta manhã resultou um “pedido de audiência com caráter de urgência ao Governo", ilustrativo do pesado ambiente.
Antes, já Sporting, Braga e F. C. Porto haviam apelado ao bom senso. Para além da relação entre Proença e Gomes, recém-eleito para a presidência do Comité Olímpico Português (COP), estão os impactos desta turbulência "nos compromissos assumidos, nomeadamente a candidatura à organização do Europeu feminino de 2029 e a organização do Campeonato do Mundo de 2030”, como aponta o comunicado saído da reunião.
Desenrolando a fita do tempo, na origem da desavença entre os dois dirigentes, que emergiu após as buscas da Polícia Judiciária à FPF, está o envio, por parte de Proença, de uma carta às 55 federações membro da UEFA, assegurando o apoio de Gomes a um lugar no Comité Executivo do organismo europeu. Algo que o novo líder do COP negou e até motivou uma reação nada amistosa, ao declarar que Proença seguiu “o caminho da destruição do legado” deixado na FPF.
A eleição para o Comité Executivo da UEFA acontecerá no dia 3 de abril e dada esta polémica a Federação considera que "a representação nacional no comité europeu pode estar claramente em causa". É acrescentada a intenção de “enviar uma exposição ao Conselho de Ética do COP para avaliação da atuação do presidente do Comité Olímpico”. Um clima pouco recomendável, como é bom de ver.
Nas quatro linhas, em semana de clássico, o clima parece estar mais desanuviado. O efervescente F. C. Porto-Benfica já tem lotação esgotada. O jogo disputa-se no próximo domingo e o apito inicial está marcado para as 20.30 horas. As portas do Estádio do Dragão abrem duas horas antes.
Noticiário desportivo à parte, a segunda-feira ficou manchada por uma morte no Campo de Tiro de Alcochete. Um trabalhador civil morreu e outro ficou gravemente ferido. A Força Aérea explica que as vítimas, com idades entre os 30 e 40 anos, estavam a cortar um pinheiro-manso quando se deu o incidente. A Polícia Judiciária Militar está a conduzir a investigação. O incidente é descrito, no "Jornal de Notícias", pelo jornalista Rogério Matos.
Impactante foi a decisão do tribunal, em França, ao condenar Marine Le Pen a quatro anos de prisão, o que a retira das eleições presidenciais de 2027. A antiga líder da União Nacional foi punida com dois anos de pena suspensa e outros dois sujeita ao uso de pulseira eletrónica, por desvio de fundos públicos. Fica ainda impedida de se candidatar a cargos públicos durante cinco anos. Mais pessoas do seu partido foram, igualmente, condenadas, num esquema superior a 2,9 milhões de euros. O juiz especificou que a sanção deve entrar em vigor com efeito imediato, mesmo que seja interposto recurso.
Aos leitores do "Jornal de Notícias" é renovado o apelo à leitura destas e de outras notícias, numa semana em que mudou a hora e em que o sol poderá ainda ser efémero, pois paira a ameaça do regresso da chuva.