Robert Francis Prevost é o novo Papa. O cardeal norte-americano era um dos favoritos à sucessão de Francisco. Descendo à terra, a greve na CP continua a gerar polémica devido a um alegado aproveitamento político. Nas ruas, os líderes partidários continuam muito ativos, rumo às eleições legislativas.
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"Habemus Papam". Passava pouco das 17 horas e o fumo branco da Capela Sistina indicava que Francisco já tinha um sucessor. Foram necessárias apenas quatro votações. Não era considerado o mais favorito dentro da "short list" de cardeais "papáveis", mas o Mundo é feito de imprevisibilidades. Chamar-se-á Leão XIV. Não deixou de elogiar o legado do seu antecessor e apontou caminhos a trilhar para manter uma Igreja católica forte e unida. “A humanidade precisa de Cristo como ponte para ser alcançada por Deus e pelo seu amor. Ajudai-nos, e ajudai-vos uns aos outros, a construir pontes", afirmou no seu discurso perante os fiéis que aguardavam ansiosamente pelo "vigário de Cristo na Terra". O JN está permanentemente a atualizar informações e reações no seu site.
Se a eleição do novo Sumo Pontífice foi, aparentemente, pacífica e relativamente célere comparativamente a outros conclaves, o mesmo não se pode dizer sobre a greve dos funcionários da CP em Portugal. Ao segundo dia de paralisação a 100%, o Sindicato Nacional dos Maquinistas dos Caminhos de Ferro Portugueses (SMAQ) rejeitou que a greve tenha motivações políticas e responsabilizou o Governo pelo transtorno causado às populações, por não cumprir um acordo negociado. Para quem depende da ferrovia para fazer a sua vida, o protesto dos trabalhadores terá sido, na prática, desastroso ao longo destes últimos dois dias. No entanto, vale a pena ir além das consequências para os passageiros, percebendo algumas das causas.
No plano político nacional, a caça ao voto prossegue a um ritmo acelerado. Marcelo Rebelo de Sousa, como presidente da República que é, mostrou-se favorável a nomear um Governo com certeza de viabilização do seu programa no Parlamento. Haverá uma geringonça 2.0 com Livre à mistura ou uma AD (PSD e CDS) com a IL atrelada? Tal como sucedeu antes do fumo branco na Capela Sistina, a incerteza comanda a vida, apesar das sucessivas sondagens, que apenas apontam aparentes tendências de votação no dia 18.
Nas ruas, nem sempre tudo de forma pacífica. O líder do Chega foi recebido em Braga com um novo protesto de elementos da comunidade cigana, cerca de 20 pessoas que cuspiram e acusaram André Ventura e os elementos do partido de serem "fascistas e racistas". Com uma bandeira da comunidade cigana e outra de movimentos antinazis, gritavam acusações de racismo e fascismo. "Viva o 25 de Abril, viva a liberdade", gritou também o grupo, afirmando-se cidadãos portugueses. Em resposta, a comitiva do Chega gritou palavras e cânticos de apoio ao partido, como "Chega, Chega" e "Portugal é nosso", enquanto abanavam bandeiras do Chega e de Portugal.