Um dos temas mais quentes das últimas semanas ganhou, esta segunda-feira, ainda mais relevo. Se durante a manhã, a imigração foi o combustível do debate das Europeias nas rádios, à tarde o pacote de 40 medidas apresentado pelo Governo deixou claro que este assunto continuará a fervilhar.
Corpo do artigo
"Nem de portas fechadas, nem de portas escancaradas". A declaração do primeiro-ministro não é nova - foi, aliás, bandeira da Aliança Democrática (AD) durante a campanha eleitoral para as eleições legislativas -, e voltou a ser sublinhada durante a apresentação do plano de ação para as migrações. Luís Montenegro anunciou regras mais apertadas para quem quer entrada no país e confirmou o fim das manifestações de interesse que permitia aos imigrantes conseguirem autorização de residência.
Através de um pacote com quatro dezenas de medidas, o Governo quer controlar o "abuso excessivo" da disponibilidade de Portugal para acolher. Para isso, vai mudar a lei e obrigar os cidadãos estrangeiros a ter visto de trabalho para entrar no país que conta já com 500 mil trabalhadores estrangeiros.
Luís Montenegro deixou claro que não quer a porta "escancarada", mas aproveitou para dissipar extremismos e reforçar, uma vez mais, que "não há nenhuma relação direta" entre a imigração e a criminalidade. O esclarecimento do primeiro-ministro surge depois de, durante a manhã, todos os partidos terem criticado o Chega no debate que juntou, nas rádios, os candidatos às eleições europeias. Tânger Correia foi acusado de racismo e xenofobia por ter afirmado que em Vila Nova de Milfontes havia "pressão noite e dia" e "ameaças" por parte da população imigrante.
E ainda antes do Governo apresentar o plano, André Ventura aproveitou para reclamar a vitória de um "grande pacote anti-imigração" - expressão que depos corrigiu para "regulação da imigração" - e saudou a "aproximação" da AD ao Chega, durante uma ação de campanha que foi acompanhada por João Vasconcelos e Sousa.
Do outro lado do Mundo, onde se vive uma realidade migratória completamente adversa com milhares de pessoas a fugirem diariamente da violência e da pobreza, um marco histórico a assinalar: a cientista climática Claudia Sheinbaum foi eleita a primeira mulher presidente do México. A candidata do Movimento para a Regeneração Nacional, partido de Esquerda atualmente no Governo, conseguiu uma vitória esmagadora num país onde há 70 anos as mulheres não eram autorizadas sequer a votar.
Já no futebol, uma infelicidade para a seleção nacional, a pouco mais de uma semana do arranque do Euro 2024. Lesionado, Otávio vai falhar a competição e ser substituído por Matheus Nunes. O selecionador nacional não escondeu a "tristeza" de perder um jogador que "dá tudo pela seleção".
E para o fim, uma notícia bonita que vale a pena recuperar: o "Jornal de Notícias" celebrou, no domingo, o seu 136.º aniversário com uma ode à liberdade. Na Casa da Música, no Porto, sublinhou-se a garra deste centenário, próximo dos leitores e dos territórios, porta-voz da denúncia e bastião da democracia.
Um jornal nacional que tem orgulho no seu sotaque e que agora até tem um hino feito à medida, assinado por Jorge Costa, Paulo Praça e José Cid. Uma melodia alegre onde cabem todos.