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A Organização Meteorológica Mundial anunciou hoje que foram batidos níveis recordes dos três principais gases com efeito de estufa que contribuem para o aquecimento global. Se pensávamos que 2023 já tinha sido um caldo, o futuro anuncia-se cada vez mais quente, um inferno, construído em cima dos atrasos no cumprimento das metas estabelecidas pelo Acordo de Paris. O assunto faz-me lembrar uma fotografia antiga - dois jovens erguiam um cartaz a dizer: “De certeza que os dinossauros também achavam que tinham tempo”. Ora, tempo é o que nós não temos. O relatório da agência para o ambiente da ONU diz que mesmo que as emissões fossem reduzidas a zero seriam necessárias décadas para o clima da Terra voltar a reduzir os níveis atuais de temperatura. Tudo isto publicado umas horas antes de um estudo da organização humanitária Oxfam concluir que os 50 mais ricos do mundo produzem numa hora e meia o carbono que o comum dos mortais produz em toda uma vida.
Enquanto esse dia do apocalipse auto-imposto não chega, há quem passe os dias num limbo processual. Os juízes do julgamento do processo BES/GES aceitaram o pedido de Ricardo Salgado para a realização de uma nova perícia neurológica, devido ao diagnóstico da doença de Alzheimer. O antigo presidente do Banco Espírito Santo está acusado de 62 crimes, desde associação criminosa a burla e branqueamento de capitais. O impasse também ocorre no julgamento da Operação Pretoriano. À terceira foi de vez, o casal Sandra e Fernando Madureira apareceram no Tribunal de Instrução Criminal do Porto, mas ficaram em silêncio, à espera de saber se Pinto da Costa, ex-presidente do F. C. Porto, entre outras testemunhas, vão ou não ser ouvidas.
Para quem gosta da bola, há novela fora das quatro linhas com o prémio Bola de Ouro. O amuo do Real Madrid, que terá boicotado o prémio da revista francesa "France Football", surge depois de o clube ter sabido que o título de melhor futebolista do Mundo se encaminha para as mãos de Rodri, que alinha atualmente pelo Manchester City.
Se o futebol não é só de homens, o mesmo acontece com a matemática, com o cinema. Nesta entrevista do jornalista João Antunes, a realizadora Anna Novion explica que tem de trabalhar mais que os homens para obter o mesmo reconhecimento, afirmando que, apesar de o caminho estar a ser feito, "ainda é difícil aceitar que uma voz de comando venha de uma mulher". É também esse o exercício que faz no filme “O Teorema de Marguerite”, onde torna estrela uma mulher... no patriarcal mundo da matemática.