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Desatado o então aparente nó da aprovação do Orçamento do Estado, eis que Luís Montenegro dá o toque para a próxima aula: Educação para a Cidadania. O primeiro-ministro anunciou, enquanto presidente do PSD, a necessidade de rever essa disciplina e libertá-la das "amarras ideológicas". Mas, afinal, o que é ser cidadão?
O suspense em torno da aprovação (ou não) do Orçamento do Estado para 2025 desfez-se com as declarações do secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, no final da semana passada. A abstenção do Partido Socialista esvaziaria o tema para o congresso do PSD e, já no fim do encontro, o primeiro-ministro, Luís Montenegro, entrou no próximo capítulo. Anunciou, anunciou, anunciou: mais polícias na rua, centros de acolhimento para imigrantes em situação ilegal ou irregular, etc. E mais: a revisão da disciplina de Educação para a Cidadania. É que, considera o governante, precisa de ser libertada das "amarras ideológicas".
E o assunto, adormecido no mundo mediático, acordou. O ex-ministro da Educação João Costa acusa Montenegro de "retrocesso", o Chega diz que o social-democrata apropriou-se das suas bandeiras e alguns diretores de agrupamentos de escola também criticaram o anúncio, pedindo estabilidade nos programas curriculares. Há, por outro lado, pais a defender o ponto de vista do governante, realçando a necessidade de "clarificar conceitos" abordados naquela disciplina e "adequá-los às realidades que temos atualmente".
Todo o programa da disciplina pode ser conhecido aqui, mas a polémica em torno da Cidadania não é novidade e "tem gerado algum ruído", como admitiu o atual ministro da Educação, Fernando Alexandre. Aliás, o leitor recorda-se certamente de um casal de Famalicão que proibiu os filhos de frequentar a disciplina por considerarem alguns temas inadequados para a sala de aula. Os temas mais polémicos estão relacionados com a igualdade de género e a sexualidade.
Só que as palavras do primeiro-ministro podem ser interpretadas de outra forma: a revisão da Cidadania servirá, na sua ótica, para "reforçar o cultivo dos valores constitucionais e libertar esta disciplina das amarras a projetos ideológicos ou de fação".
Aguardemos pelo final desta aula.
Mas não sem antes falarmos da história de um outro cidadão, que ainda está a recuperar do "susto de morte" provocado este domingo por um touro preto, sem um chifre e cego de um olho. O episódio aconteceu com o antigo presidente de Junta de Rio Frio, em Bragança, enquanto passeava à tarde na companhia da mulher.
Ao JN, o autarca, de 71 anos, conta que o animal enfurecido atingiu-o em cheio no peito e atirou-o por uma ribanceira abaixo. A queda partiu-lhe duas costelas e ferimentos num tornozelo. Já a mulher, com 72 anos, que o touro atirou ao chão ao colhê-la de raspão, sofreu escoriações no rosto.
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