Amor, saúde, liberdade. A lista do que é comum dizer-se que não tem preço é longa e raramente tem lugar no frenesim mediático. Mas não hoje, dia em que, na Justiça e não só, não faltam notícias propícias a fazer qualquer pessoa questionar qual o valor do que não tem preço e o preço do que não tem valor.
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Numa recomendação ao Governo, a provedora de Justiça, Maria Lúcia Amaral, apelou à revisão dos montantes cobrados pela GNR e pela PSP aos cidadãos por fotocópias das denúncias de crimes e participações de acidentes de viação acabadas de fazer. O problema arrasta-se há mais de uma década e o preço de algo que não visará mais do que comprovar a entrega da queixa é atualmente 22 euros.
Em Setúbal, o pai de Jéssica Biscaia, a menina de três anos que morreu vítima de maus tratos em junho de 2022, cumpriu a difícil tarefa de atribuir, aos olhos da Justiça, um valor à vida da filha, tendo exigido 800 mil euros pela sua morte e 200 mil pelo desgosto que sofreu. O pedido de indemnização milionário foi conhecido durante mais uma sessão do julgamento do caso, com quatro arguidos, incluindo a mãe da menina.
Do Tribunal Europeu dos Direitos Humanos, chega, por sua vez, a condenação do Estado português a indemnizar em 11 mil euros um condenado por homicídio pelas más condições do Estabelecimento Prisional de Coimbra. O homem, de 37 anos, está a cumprir 25 anos de cadeia e desde janeiro de 2021 que tem partilhado uma cela de 2,5 metros quadrados, que tem apenas uma sanita, com outro cidadão preso.
Já no mundo livre e a menos de um mês da Jornada Mundial da Juventude, mais de metade dos jovens portugueses diz ser religioso, ainda que apenas 34% se considere praticante. Os dados do estudo "Jovens, Fé e Futuro", elaborado pela Universidade Católica para a Conferência Episcopal, mostram que, entre os crentes, 88% seguem o catolicismo.
Na Assembleia da República, os deputados começaram hoje a votar na especialidade, com mais ou menos fé nos resultados, o programa "Mais Habitação", apresentado pelo Governo para combater a crise na habitação. Entre as cerca de três centenas de propostas em apreciação, a suspensão da emissão de novos registos de alojamento local fora dos territórios do interior do país é uma das medidas já com luz verde.
Boas leituras!