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Poderia pensar-se que a notícia contada pela jornalista Ana Peixoto Fernandes era uma partida do dia 1 de abril, mas não. Um doente foi levado por engano para a família errada em Melgaço. A troca de Josés só foi detetada depois de 100 quilómetros de estrada, quando o idoso foi recebido por familiares que, afinal, não eram os seus.
Num mundo onde pululam insólitos como este, de Castanheira de Chã, em Montalegre, chega-nos mais um. Desde que ali foi detido um dos cinco evadidos da cadeia de Vale de Judeus, que os preços das casas estão em alta. Os agentes imobiliários dão conta que os holofotes da captura geraram um maior interesse imobiliário pela aldeia. Os forasteiros começaram a aparecer por curiosidade, mas alguns gostaram tanto daquele pedaço de terra que compraram casas que estavam "encalhadas" há alguns anos.
Na área da Justiça, esta foi uma terça-feira intensa: pena máxima para o homem que matou a mãe à facada no Porto; 12 anos de cadeia para o homem que tinha sido absolvido, mas que agora foi condenado, de matar um empresário em Famalicão; um assalto cirúrgico a uma ourivesaria em Braga. O processo da "Operação Pretoriano" continua a ser acompanhado pelo jornalista Tiago Rodrigues Alves e, esta terça-feira, foram ouvidas algumas testemunhas, que pediram para falar sem os arguidos na sala por temerem represálias. Um sócio do F. C. Porto relatou que lhe tinha sido retirado o telemóvel durante a Assembleia Geral Extraordinária do clube, descrevendo existir nessa noite um "clima claro e inequívoco de intimidação".
Essa palavra, intimidação, é certeira para descrever o clima que Donald Trump tem tentado impor a um mundo que quer ver dobrado à sua batuta. Enquanto não estamos no dia de amanhã, que o presidente dos EUA descreveu como "Dia da Libertação", enquanto não chegam as pesadas tarifas aduaneiras de 25%, Bruxelas levanta a barricada e diz ter um plano robusto para retaliar. "Protegeremos os nossos interesses, os nossos cidadãos e as nossas empresas", garantiu Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia. Aço, alumínio, automóveis e peças de automóveis são alguns dos bens visados no plano gizado pela nova equipa da Casa Branca, mesmo sob os avisos de a estratégia pode derivar numa recessão para os EUA.
Na política interna, esta terça-feira, foi assinado o protocolo de Cooperação para a migração laboral regulada. Uma espécie de "via verde" para a atribuição de vistos a imigrantes. Na cerimónia, o primeiro-ministro acusou os anteriores governos de "irresponsabilidade" na matéria, mas o projeto não está isento de críticas. O Bloco de Esquerda ataca o que considera ser um modelo de imigração que alimenta "máfias legais" de intermediários que surgem fora do país, sem controlo, para contratar trabalhadores e que fazem uma seleção por quem "pagar mais".