Figueira da Foz, cidade balnear, palco de intrigas não pronunciadas, não relatadas, sempre clandestinas, no miolo do casino, entre paredes de palácios, em casas perdidas e soltas nas salinas, no farol entre o mar e a serra. Lugares cenários que inspiraram a série "Espias", em exibição na RTP1. A história de sete mulheres durante a II Guerra Mundial.
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Outubro de 1942, Figueira da Foz, a câmara percorre o desenho das salinas, o plano sobrevoa terra e água na penumbra. Bárbara mora ali, é contrabandista, passadora de refugiados. Não tarda a ser apanhada pela polícia política. Não tarda a escapar ao destino. Não tarda a tornar-se espia. É num enredo de intrigas e sedução, drama e suspense que se move a série de ficção "Espias", em exibição na RTP1. Sete mulheres, sete espias, sete episódios. O Mundo está em guerra. Ou se mata ou se morre. Ou se está de um lado ou se está do outro. Não há meio-termo. A Figueira surge no centro da trama. E não é por acaso.
Durante a II Guerra Mundial, a cidade pacata acolheu centenas de refugiados. "A ligação à espionagem durante a II Guerra tem muito a ver com a presença de refugiados, escritores, jornalistas e o espaço de aparente neutralidade vivido em Portugal. Tomámos várias histórias da Curia, Cascais e Figueira e sobre elas desenvolvemos uma teia ficcional para dar vida às "Espias", baseada nos espaços reais da Figueira e a sua localização privilegiada de observação, mas também a linha de casas plantadas nas salinas", explica Pandora da Cunha Telles, autora e uma das argumentistas da série.