Escolher uma toalha, uma cadeira, uma espreguiçadeira ou um almofodão não é uma mera decisão estética. A coluna pode ter uma palavra a dizer na hora de eleger o acessório de praia que melhor lhe serve. Médico especialista em coluna apresenta vantagens e desvantagens de cada uma.
Corpo do artigo
Descansar na praia não pode ser sinal de dores nas costas. Em tempo de férias, a mente e o corpo pedem repouso e recarga energética totais, mas é importante ter em conta que existem “pequenos hábitos ou escolhas aparentemente inofensivas que podem acabar por causar dores ou desconforto”, alerta o ortopedista especialista em cirurgia da coluna. Luís Teixeira olhou para as típicas cadeiras, as espreguiçadeiras, as clássicas toalhas e os modernos almofadões e faz um raio-X às vantagens de desvantagens de cada opção para “acampar no areal” sem comprometer o “bem-estar da coluna”.
Poucas possibilidades “permitem mais liberdade de movimentos e de posições - deitado de barriga para cima, para baixo ou de lado -” do que uma toalha de praia. Porém, o especialista sublinha que “estar deitado diretamente sobre uma superfície dura ou muito quente, sem qualquer apoio, pode ser desconfortável e prejudicial, especialmente para quem já tem problemas de costas”. Neste capítulo, os “versáteis” almofadões “permitem adaptar a posição de forma mais ergonómica”, sendo “bons aliados para quem gosta de se sentar ou reclinar com apoio”. Contudo, também esta opção exige algumas cautelas na hora da escolha e do uso: “Se forem muito moles, afundam demasiado e acabam por não dar suporte à coluna e também exigem mais atenção à postura, já que o corpo tende a moldar-se à superfície de forma passiva”, detalha Luís Teixeira.
Então e as clássicas cadeirinhas de praia? “Elevam o corpo do chão, permitem algum apoio lombar e ajudam a manter a coluna numa posição mais neutra do que estar diretamente no solo”, como avança o ortopedista. Mas será suficiente? Depende. “Muitas são demasiado baixas ou têm encostos demasiado inclinados, o que favorece uma postura em C (curvada), pouco saudável para a coluna”, refere. E alerta: “Se usadas por muito tempo sem movimento, podem provocar rigidez ou dor lombar.” Quanto às espreguiçadeiras, importa estarem bem reguladas, sendo que “nem todas oferecem bom suporte lombar e podem favorecer posturas prolongadas que não estimulam a ativação muscular”, informa Luís Teixeira. Afinal, “deitar demasiado tempo pode dar a falsa sensação de relaxamento, mas acabar em desconforto ao levantar”. O ideal, como avança o especialista, “é alternar entre estar deitado, sentado e em movimento”, sublinhando que “ficar mais de 30 a 60 minutos na mesma posição – por melhor que seja – pode levar a rigidez muscular ou desconforto articular. O corpo foi feito para se mover”.