
Foto: António Cotrim/Lusa
Desde 2013 que CGTP e UGT não se uniam para uma paralisação. A culpa é das mais de 100 mudanças que o Governo quer fazer na Lei do Trabalho.
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Negociar mas...
Doze anos depois, CGTP e UGT voltam a unir esforços numa paralisação. Em causa um anteprojeto do Governo, apresentado em julho, onde constam mais de 100 propostas de alteração à lei do trabalho. Segundo os sindicatos, as medidas traduzem-se num "grave retrocesso nos direitos laborais". O Executivo diz estar aberto à negociação, mas já avisou que há matérias em que não irá ceder.
11
de dezembro foi a data escolhida por CGTP e UGT para a greve geral. "O ataque é brutal, vamos à greve geral" é o lema que dá o mote para esta paralisação.
As mais críticas
Entre as mudanças apresentadas pelo Governo, contam-se as alterações à lei da greve e ao horário de amamentação, o alargamento dos limites da contratação a prazo, o regresso do banco de horas individual, a simplificação dos despedimentos por justa causa ou a não reintegração de trabalhadores após despedimentos considerados ilícitos. Se as mudanças forem aprovadas, volta também a ser permitido às empresas recorrerem ao outsourcing após despedimento.
"É uma matéria em que a procissão ainda vai no adro"
Marcelo Rebelo de Sousa, presidente da República (lembrando que as propostas de alteração ainda vão ser discutidas no Parlamento)
Montenegro questiona
Na última quarta-feira, Luís Montenegro, primeiro-ministro, defendeu que "não há razões para uma greve geral neste momento", garantindo não estarem em causa os direitos dos trabalhadores e questionando "o sinal que se quer dar" com tal paralisação.
[Raio-X é uma rubrica semanal da Notícias Magazine]

