Renato Fernandes e Guilherme Figueiredo foram orientados pelo professor Paulo Nogueira na criação de um protótipo funcional e aplicação que lhes valeu viagem a Dublin.
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E se a água da chuva pudesse ser aproveitada para regar o jardim e realizar outras tarefas, evitando desperdícios? A ideia dos alunos Renato Fernandes e Guilherme Figueiredo, do 2.° ano do Curso de Informática - Instalação e Gestão de Redes, da Escola Secundária de Tondela, deu origem ao projeto Eco Rain e venceu a 13.ª edição do programa Wanted Escolas Empreendedoras, promovido pela Comunidade Intermunicipal de Viseu Dão Lafões. A vitória valeu-lhes uma viagem à Irlanda.
O “desafio” de participarem no concurso foi lançado pelo professor Paulo Nogueira, mas a ideia veio das preocupações dos alunos. “Sabemos que há falta de água, que é um problema”, diz Guilherme. A solução, completa Renato, foi criar um protótipo funcional de um sistema que permite “usar a água da chuva para tarefas nas quais não é precisa água potável”, como regar e lavar o carro.
O trabalho começou logo no início do ano escolar. Primeiro, fizeram um desenho e depois construíram uma maquete, que inclui uma base em madeira e instalações elétricas. “Ao longo da construção, surgiram dificuldades que fomos ultrapassando”, explica o professor, que encara estas experiências como “incubadoras de ideias” e oportunidades para os alunos “crescerem”.
O resultado foi um sistema inteligente de recolha, armazenamento e gestão de água pluvial, que permite monitorização da humidade do solo, controlo manual e remoto das regas de hortas e jardins, programação de horários, integração de uma API [interface de programação de aplicações] para previsão das condições meteorológicas, controlo por voz e, até, notificações via app e email do nível de água. Tudo controlado por uma aplicação móvel.
Ao longo do projeto, os alunos foram adquirindo conhecimentos e desenvolvendo novas competências, tendo subido a vários palcos para defenderem a ideia. Mas, acima de tudo, aprenderam a “trabalhar em equipa”, realça Renato, acrescentando que sem isso não teria sido possível o desfecho positivo. A final foi em maio e, em breve, os jovens vão embarcar numa missão de empreendedorismo de quatro dias a Dublin, na Irlanda, para visitar empresas tecnológicas e conhecer a cidade. Renato leva na cabeça a intenção de “ir para a frente com a ideia e pô-la em prática”, embora saiba que, sem investimento, não será possível avançar.