Objeto escolhido pelo guitarrista era do saudoso Zé Pedro, dos Xutos.
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“O meu objeto tinha de ser esta SUPRO japonesa, modelo Dual Tone, mas que é muito mais do que uma guitarra. Esta guitarra pertenceu ao Zé Pedro e foi-me oferecida pela Cristina Avides Moreira, a viúva do Zé Pedro, e pelos Xutos & Pontapés no Porto, no final de uma tour que fiz com eles, em que a banda assinalou os 35 anos do disco ‘Circo de Feras’. Hoje, está na minha sala, num tripé, pendurada na parede. Não costumo tocar com ela. É um objeto de arte, um objeto religioso.
A primeira vez que estive com o Zé Pedro foi em 1984 ou 1985, num café em Lisboa, junto ao IPO, onde eu trabalhava para ganhar uns trocados. Conheci-o, depois, nos anos 1990, altura em que produziu o primeiro disco dos Lulu Blind. Mal sabia eu que nos viríamos a tornar amigos. No dia em que morreu o Kurt Cobain (5 de abril de 1994), estava em casa do Zé a tratar-lhe da gata porque ele estava de férias no Algarve. Gostava muito de estar com ele, de conversar com ele. Ver um concerto com ele era sempre especial, porque tinha uma história para contar, um pormenor para acrescentar. Nunca mais conheci ninguém assim...”
Guitarrista
59 anos