
A rubrica "Partida, Largada, Fugida"
1
Esta semana houve greve geral, aquela que Montenegro se recusa a acreditar ter importância. Que bom que é ter um primeiro-ministro que é um terraplanista dos direitos laborais.
2
61% dos portugueses concordaram com a greve, segundo um barómetro, incluindo eleitores da AD e da IL. Claro que o Governo leu isto como "61 por cento são comunas e os restantes são portugueses de bem, dispostos a trabalhar 12 horas por dia para o patrão ter um Bugatti".
3
Portugal destronou Espanha e foi eleita a "economia do ano" de 2025 segundo a revista "The Economist". O Governo ficou feliz, mas para o português médio foi como ganhar uma faixa de Miss Simpatia: giro, mas sem impacto prático na vida das pessoas.
4
O INEM vai deixar de ter ambulâncias, com o socorro e transporte de doentes em urgência a ser feito pelos bombeiros e por privados. Se já há grávidas a terem bebés em TVDE, já agora podem ter desfibriladores e saquinhos de soro.
5
Privatizar ambulâncias é, aliás, uma ideia vencedora. Assim pode-se finalmente dar uso à meritocracia automóvel: os pobres vão num Clio de 1997 com duas portas e os ricos podem ir de Tesla a ouvir a sua playlist de Spotify.
6
A Junta de Venteira, à qual recorrem muitos imigrantes, decidiu que o atendimento passaria a ser feito apenas em português. Recusa que seja racismo, e eu acredito. Mesmo em português, há cidadãos nacionais que não percebem népia de burocracias sem tradutor.
7
Donald Trump é o primeiro vencedor de sempre do recém-inaugurado Prémio da Paz da FIFA. Parece quando vamos a uma festa de aniversário de um adulto, mas deixamos que seja a criança a apagar as velas para não chorar.
8
A honra foi concedida durante a cerimónia do sorteio para o Campeonato do Mundo. Foi aí que Portugal soube que ia ficar no grupo K. No meu tempo, o Grupo K eram os donos das discotecas Kremlin e Kadoc. Que, em abono da verdade, também tinham muitos futebolistas.

