
Foto: wildlifewitholly/WWF-UK
WWF Portugal quer restaurar ecossistemas no Gerês, Caldeirão e Estuário do Tejo com o apoio de empresas e cidadãos.
Corpo do artigo
A WWF Portugal planeia desenvolver ações para restaurar a Natureza em três áreas geográficas nacionais até 2030. A iniciativa Re-Store Portugal, que para já se vai centrar no Parque Nacional da Peneda-Gerês, Serra do Caldeirão e Estuário do Tejo, prevê um investimento de 1,8 milhões de euros, que serão recolhidos junto de empresas e através de donativos da população.
Os locais foram selecionados de um estudo mais abrangente, tendo em conta fatores como a "degradação, existência de património natural que precisa de ser protegido e recuperado, facilidade em lidar com os proprietários, histórico de trabalho e diversidade de ecossistemas", aponta Catarina Grilo, diretora de Conservação e Políticas da WWF Portugal.
A iniciativa, anunciada no mês passado, procurará envolver todas partes interessadas, ou seja, associações, juntas de freguesia, câmaras, comunidades intermunicipais, a Agência Portuguesa do Ambiente e o Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas. Serão definidos os espaços concretos a intervencionar dentro de cada território e, depois, avançarão no terreno.

Nestes espaços serão desenvolvidas ações que têm em conta a especificidade dos habitats. No Gerês e Caldeirão, por exemplo, prevê-se a gestão de matos através do pastoreio, remoção de plantas invasoras (como as acácias no Gerês) e plantação de autóctones (carvalhos no Gerês e sobreiros no Caldeirão), assim como recuperação de vegetação ao longo de linhas de água.
No Estuário do Tejo, pretende-se "contribuir para a recuperação das comunidades de cavalos-marinhos que existem na frente estuarina de Almada", conta Catarina Grilo. No fundo do rio serão colocadas estruturas metálicas, que funcionarão como abrigo para os cavalos-marinhos que ali existem.
Os trabalhos serão executados pelas equipas da WWF, mas poderão ser contratadas empresas locais para fazer algumas das intervenções, nomeadamente a remoção de invasoras e plantação de autóctones.
O financiamento para os projetos, para os quais a WWF Portugal estima necessitar de 1,8 milhões de euros, virá das empresas e da população. A organização tem vindo a contactar com empresas para recolher verbas (o Lidl, por exemplo, já suportou o estudo que identificou as áreas e o lançamento da campanha) e as pessoas podem fazer donativos em restoreportugal.wwf.pt.
