Advogada dos Anjos acusa Joana Marques de "manobra de manipulação" em alegações finais
Na fase de alegações finais do julgamento que opõe Joana Marques aos irmãos Rosado, esta sexta-feira no Palácio da Justiça, em Lisboa, a advogada da dupla acusou a humorista de manipulação e abuso da liberdade de expressão.
Corpo do artigo
A quarta sessão do julgamento que opõe Joana Marques aos irmãos Sérgio e Nelson Rosado, da dupla Anjos, retomou às 14 horas para as alegações finais.
Depois dos depoimentos de Pedro Taborda, conhecido artisticamente como Tatanka, e da própria Joana Marques, foi a advogada dos irmãos Rosado a primeira a intervir na segunda parte da sessão, que decorre no Palácio da Justiça, em Lisboa.
"Os meus clientes provaram danos sérios e graves. A ré, humorista e influencer, só nos tentou fazer uma manobra de distração e manipulação", afirmou a advogada, alegando que Joana Marques procurou escudar-se na liberdade de expressão para desvalorizar a queixa.
"Nós somos a favor da liberdade de expressão e do humor, mas não podemos aceitar que para algumas pessoas valha tudo, a liberdade de expressão irresponsável torna alguém totalitário", continuou.
Posteriormente, a advogada dos irmãos Rosado comparou Ricardo Araújo Pereira (RAP), que testemunhou a favor de Joana Marques, ao neonazi Mário Machado. "O seu colega RAP entrou aqui tal qual um farol iluminado, mas felizmente ele não é luz e nós não estamos na escuridão", declarou, acusando-o de hipocrisia por defender que o humor não tem limites. "Também Mário Machado disse que se tratava de uma graça [relativo a violar mulheres de esquerda]".
Antes de concluir a sua intervenção, a advogada voltou a sublinhar que "ridicularizar e satirizar não são sinónimos" e acusou Joana Marques de manipular e deturpar as imagens usadas na montagem. "Dizer 50 vezes 'isto foi só uma piada, eles é que não lidam com o gozo' não a torna em realidade", afirmou.
"Face ao que foi provado, não cremos que existam grandes dúvidas de que [os Anjos] foram gravemente lesados", concluiu a advogada, acrescentando estar "convicta de que a justiça será feita".