O tribunal decidiu que o rapper Drake pode ter acesso aos documentos contratuais de Kendrick Lamar com a editora Universal Music Group (UMG) devido ao processo por difamação relacionado com a música "Not like us".
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Após ter recebido "luz verde" da juíza responsável pelo caso, Drake pediu cópias dos contratos da Universal Music Group (UMG) com Kendrick Lamar, além de informações salariais e prémios atribuídos aos quadros superiores da editora.
Em declarações à BBC, o advogado do rapper, Michael Gottlieb, comemorou a decisão do tribunal. "Agora é altura de ver o que a UMG estava tão desesperadamente a tentar esconder", sublinhou.
A empresa norte-americana opôs-se à decisão da juíza Jeannette A. Vargas, afirmando que o processo "dispendioso e moroso" de recolha de informações "comercialmente sensíveis" constituía um "encargo indevido" quando o processo ainda pode ser arquivado.
Isto porque, no mês passado, a editora entrou com um pedido para que o processo de difamação de Drake fosse rejeitado, alegando que este não passava de uma tentativa "ilógica" de "silenciar" a criatividade de Kendrick Lamar. A audiência sobre a moção de rejeição está marcada para 30 de junho.
Acusação de pedofilia
Drake, de 38 anos, acusa a UMG de usar "bots" (robôs) para impulsionar a popularidade da música "Not like us", uma das "diss tracks" (músicas em que os artistas se atacam reciprocamente) lançada por Lamar contra o colega de profissão. A faixa inclui acusações de pedofilia e de violência doméstica.
Nos documentos judiciais, Drake refere que a UMG sabia que as letras de Lamar eram falsas, mas "continuou a atiçar as chamas" da controvérsia em busca de lucro.
A empresa afirma que Drake está a processá-los porque "perdeu uma batalha de rap que provocou e na qual participou voluntariamente". "Em vez de aceitar a derrota como o artista de rap despreocupado que muitas vezes afirma ser, processou a sua própria editora numa tentativa frustrada de curar as suas feridas. A queixa do autor não tem qualquer fundamento e deve ser rejeitada com efeito definitivo", acrescenta.