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Escrevo esta crónica milimétrica no telemóvel, desde a raia que une Aspras e Medáns. Pude vir aqui porque há 51 anos uns portugueses de que me orgulho resolveram dizer basta a um Estado que entendia que a verdade era apenas a dele e que todos tinham de vergar-se a ela. Hoje é um dia feriado em que se celebra o cravo. E em que se celebra o poder dizer o que se pensa e atravessar para Espanha e de lá para cá em liberdade, brindar com Estrella Galicia e Super Bock, indistintamente, sem ter de contrabandear vidas. Não tinha cravo, colhi um ramo de maias e coloquei-o na mochila como a minha mãe coloca na porta. E festejo com um presunto cortado na hora. Celebro como tenho a certeza que qualquer defensor da liberdade celebrará. Porque as datas são inadiáveis. Não há dias como o 25 de Abril.