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A história da Federação Académica do Porto escreve-se há 34 anos. Com diferentes ritmos, várias formas de luta e novas gerações de jovens. Porém, com o mesmo espírito destemido, a inquietude de sempre e o sonho a comandar os feitos.
Na FAP não nos limitamos a defender os nossos valores, vivemos de acordo com eles. Por isso, o Associativismo Estudantil é escola de valores e de ética. Exige que estejamos ao serviço do outro e ensina-nos que a verdade é nossa responsabilidade, e que não a podemos deixar para quem tem mais poder.
Falamos mais vezes de medidas do que de valores. Hoje, este tempo sombrio exige que o façamos, pelo bem da democracia e da liberdade. Precisamos de empatia, compromisso e apoio mútuo. Temos de rejeitar os muros e as barreiras. Devemos agregar, dialogar e coexistir, tal como nos ensina a FAP.
Os representantes dos estudantes não escondem a prática da cidadania atrás de discursos. Temos prestado o nosso contributo, não por confronto geracional, mas a favor de respostas que elevem a dignidade de cada um.
A luta dos estudantes permitiu encontrar financiamento para a construção de residências públicas, mas cabe, agora, às instituições de ensino concretizar os projetos do PRR. Este é um bom exemplo de como a tutela e as instituições devem ouvir os seus estudantes. Se o tivessem feito mais cedo, o problema não seria tão grave como é hoje. Se o fizessem de forma mais partilhada com as novas gerações, seríamos mais fortes a fazer da Academia um espaço de comunhão.
Quando o país não responde aos problemas, os jovens criam soluções. A seu lado, o significado da FAP é eternizado na diferença que fazemos na vida dos estudantes.
*Presidente da Federação Académica do Porto