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Assunção Cristas chamou-lhe ter rasgo, mas isto dá vontade é de rasgar as vestes. Primeiro, porque a líder do CDS anda confundida: ou é candidata à C. M. de Lisboa e faz propostas quando se mostra à cidade; ou é deputada a fazer oposição ao Governo na Assembleia da República. Não pode é misturar as duas coisas e aproveitar e abusar do palco que o Parlamento lhe dá para fazer campanha eleitoral. Depois, porque a última coisa de que o país precisa - que é aquilo em que Cristas devia pensar quando está na AR a representar o povo português - é de mais 20 estações de metro em Lisboa. Isto não é ter visão, é ter vistas curtas. E devia ser evidente. Pior ainda, no CDS não houve ninguém com capacidade para fazer ver à sua líder que Portugal sofre de graves assimetrias, que há largas camadas de população que, a pretexto de falta de financiamento, estão a perder acesso a serviços essenciais, que o Estado está cada vez mais longe de quem não vive na capital, e que esta proposta está perigosamente perto do insultuoso. Disse Cristas que espera que a sua ideia seja "estudada". Teria sido bom que o CDS tivesse feito o mesmo antes de a apresentar. Poupar-nos-iam ao embaraço.
* JORNALISTA