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Muito tenho escrito sobre a tese “quem não tem mobilidade, não tem liberdade” na perspetiva do segundo maior direito conquistado, imediatamente após a habitação. 50 anos de 25 de Abril é um momento demasiado importante. São 50 anos de cidades livres, de conquistas, de direitos e oportunidades.
Do direito à Polis, à política, através do voto e da participação nas instituições democráticas. De liberdade de expressão e debate de ideias. De liberdade de mobilidade, pelas inúmeras possibilidades de deslocação, viajar e conhecer novas culturas. De direito à inclusão, transformando as cidades, tornando-as acessíveis a todos os cidadãos. De inovação e criatividade, em que as cidades passaram a palcos de novas ideias, projetos culturais, iniciativas empresariais e artísticas. De direitos das mulheres, que conquistam direitos básicos, como a liberdade de expressão e de movimento, permitindo participar mais ativamente na sociedade, no trabalho e na política. Recordo que, para viajar, a mulher precisava de pedir autorização ao marido.
Na família, o direito reprodutivo, pela introdução dos contracetivos, liberta a mulher, pela opção de ser mãe ou, ainda, o direito ao divórcio, introduz novas liberdades.De direitos na educação, em que a escola ampliou as oportunidades de conhecimento. De igualdade e não discriminação de género em que se implementaram leis para permitir novos direitos. Ou simplesmente, o direito de estarmos deitados num banco de jardim, a apanhar sol e de mão dada com quem entendermos por bem!
Sei que ainda há muito para conquistar, mas sinto que nunca precisamos tanto de agarrar as nossas Cidades Livres! Saibamos não retroceder!
Viva o 25 de Abril!