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Todos, sem exceção, independentemente da posição geográfica, somos, e continuaremos a ser, afetados pela invasão da Rússia à Ucrânia. A ofensiva parece não ter fim à vista e já soam sirenes que pré-avisam uma terceira Guerra Mundial.
A escalada da inflação não pode ser o único fator de alerta nas nossas vidas. Não podemos olvidar a perda de vidas humanas inocentes, nem descurar os muitos refugiados que continuam impedidos de voltar para casa. Não devemos assumir uma amnésia coletiva.
São, agora, mais de 500 dias de sofrimento, que jamais serão esquecidos pelo povo ucraniano. No início, acompanhávamos o manto da angústia e da morte através das reportagens de guerra, que nos obrigavam a refletir diariamente sobre esta agressão. Não tenho dúvidas de que os primeiros meses causaram impactos profundos na forma como olhamos a Europa e o mundo, pois nunca tínhamos tido medo até então.
Porém, depois dos primeiros momentos de temor, pouco ou nada terá mudado na nossa rotina. A nossa vida e dos mais próximos foi continuando, enquanto, mais perto do que imaginamos, a guerra continua a ceifar e aterrorizar vidas humanas.
Hoje, somos lembrados desta barbárie através dos líderes políticos que se pronunciam com mensagens de apoio à Ucrânia, e que nos recordam o crescente rasto de destruição. Mas só isto não cura.
Temos, mesmo, de condenar os partidos da extrema-esquerda, que parecem ainda viver numa certa nostalgia soviética responsável por milhões de mortos na história.
Recordemos sempre os riscos dos extremos políticos, e tenhamos sempre a vontade de fazer mais e melhor pelo bem da humanidade. Afinal, como nos alude Sting, “nós partilhamos a mesma biologia, independentemente da ideologia”.
*Presidente da Federação Académica do Porto