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Terminou a comissão de serviço da sra. juíza desembargadora Anabela Cabral Ferreira à frente da Inspeção-Geral da Administração Interna. Fica indelevelmente ligada ao processo resultante da investigação do consórcio de jornalistas, que permitiu denunciar 600 perfis em redes sociais, supostamente pertencentes a elementos das forças e serviços de segurança onde pontificavam comentários de ódio, homofobia, xenofobia e racismo.
Tal acusação, face à atividade dos seus autores, com o mediatismo que proporcionou, conduziu a uma preocupação social e potenciou um legítimo alarido público. Significaria isso que mais de meio milhar de polícias, das mais diversas corporações, eram intolerantes, preconceituosos e ignorantes, que objetivamente é a classificação que se deve dar a todos aqueles que são discriminatórios.
Apresentando os resultados, ficamos a perceber, em declarações suas, que cerca de metade dos comentários, por sua opção (porventura quereria dizer por imposição legal), nem sequer foram considerados por terem origem em redes fechadas, outros foram amnistiados, outros tinham origem em perfis falsos, que nos permite concluir que associá-los a polícias foi uma espécie de palpite, e outros já se encontravam desvinculados da atividade profissional.
No final, foi decidido aplicar apenas pena efetiva a um um desses 600.
Refere que a atuação de um pode conduzir à generalização de uma corporação. Concordando em absoluto, acrescentamos a isto que permitir o apontar de dedo a 600, em processos que devem ser secretos até à acusação, com esta quantificação de resultados, contribui muito mais para esse propósito.
Os polícias vão continuar a ser intolerantes à discriminação!