Fazer algo que já havia sido feito esta época, mas agora a sério. O que aconteceu no Jamor com a Belenenses SAD - entrar com 9 (dois deles guarda-redes) e acabar com 7 no campo e no resultado - foi regulamentar, mas também a face sem vergonha dos interesses instalados e dos regulamentos aprovados... pelos clubes.
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Independentemente das ausências - e foram muitas, por obrigatoriedade ou opção do Portimonense -, o F. C. Porto desbloqueou o jogo bem cedo e com eficácia. À falta de rotinas dos algarvios, responderam os dragões com velhos hábitos de foco e entrega. O resultado foi-se avolumando em versão avalanche.
O ímpeto para revolucionar um 11, mudando 7 jogadores relativamente à jornada anterior, não só não é caso virgem como até já aconteceu 6 vezes nesta edição da Liga (uma delas, quando Benfica o fez, curiosamente, contra a Belenenses SAD, no Estádio da Luz, para gerir esforços entre os jogos com o Liverpool). Muitas vezes devido à pandemia, outras por opção, fica sempre o sabor do que seria se assim não fosse. Mas o coro de indignados não pode esquecer o passado. Há uns anos, por exemplo e aí sim com multa, o Marítimo de Petit forçou amarelos a Edgar Costa e a Joel frente ao Feirense, antes de ir à Luz perder por 6 com o Benfica, para os ter disponíveis nos 4 jogos finais da época 18/19. Há dois dias, outro exemplo e na Liga espanhola, com o Cádiz a mudar 7 jogadores e a, estrondosamente, bater o Barcelona em Camp Nou. Tantos os exemplos.
Com a vitória frente ao Portimonense, o F. C. Porto iguala o recorde de 58 jogos sem perder do AC Milan no top 6 das ligas europeias. E tudo isto vale nada ou muito pouco se não for campeão. E amanhã joga-se uma magna oportunidade para regressar ao Jamor. Agora a sério.
Positivo: Na última recta da Liga, uma goleada por estes números é sempre moralizadora, permitindo dar minutos a outras escolhas e gerir o esforço de jogadores nucleares. Com 9 pontos a mais, faltam 3 finais. E metade de uma 1/2 final, amanhã.
Negativo: Uma equipa a pensar no seguinte jogo não é uma equipa que se desliga do momento que vive. Mas é uma equipa que perde o momento presente. Acontece muitas vezes. Desta vez, foi o Portimonense.
o autor escreve segundo a antiga ortografia
*Adepto do F. C. Porto