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Oito mil e cem euros! É quanto o Estado irá gastar em 2010 por conta de cada um de nós. 32 400 euros por cada família com dois filhos. Intolerável! A despesa pública é descomunal e a carga fiscal sufocante. Os benefícios para os cidadãos esses são mínimos e injustamente distribuídos.
A primeira despesa do Estado é constituída por contribuições sociais, nem sempre equitativas. O rendimento dito social de inserção não insere ninguém, mantém as pessoas numa situação de dependência e gera oportunismos. O sistema de reformas, esse, permite a acumulação de tenças milionárias e destas com salários. Ao mesmo tempo, milhares sobrevivem com pensões de miséria. Por fim, a atribuição do subsídio de desemprego é irracional. Ao fazer depender este apoio do valor do último salário, proíbe na prática que as pessoas aceitem trabalhos com remuneração inferior e gera o conformismo.
Ao nível da saúde, é o descalabro nos gastos. Quase dez mil milhões de euros, 4000 por família, sem contrapartidas significativas! Quem acredita que cada agregado usufrui de cuidados de saúde desta ordem de valores? Já na educação, os sete mil milhões de euros gastos no ensino público representam um custo por aluno da ordem dos cinco mil euros… mais do que se paga na maioria dos colégios. E, no entanto, as escolas não dispõem de condições mínimas, nem proporcionam ensino de qualidade.
Este cenário de despesas sem controlo multiplica-se por todos os outros sectores da Administração. Como não há coragem, não há cortes nos gastos do Estado e o dinheiro dos impostos, que tanto custa a ganhar aos portugueses, será mais uma vez desbaratado. E com este Estado sanguessuga, caro e praticamente inútil, se gastam 81 mil milhões de euros.
É pois lastimável o apoio do PSD e do CDS a este Orçamento. Esta cumplicidade revela que nem no Governo nem na Oposição existe vontade ou capacidade para contrariar o descalabro despesista e conferir um mínimo de credibilidade às contas públicas.