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Quando estamos um longo período no estrangeiro sabe sempre bem ouvir falar a nossa língua e vivenciar uma cultura mais próxima da nossa. Ontem fui jantar a Bielefeld, cerca de 30 minutos de carro de Marienfeld. O restaurante era espanhol, mas senti-me em casa. Os funcionários eram bem dispostos, queriam falar connosco e saber o que estávamos a fazer e como estava a ser a nossa experiência. Não digo que os alemães não sejam boas pessoas ou prestáveis, porque o são, mas a cultura da península ibérica é diferente. Fomos também abordados por um emigrante de Cabo Verde e ouvir falar português novamente foi muito gratificante. Até agora tenho zero motivo de queixa dos alemães, mas de facto o português tem uma energia diferente. Em convívio com jornalistas estrangeiros também sinto isso: nós, portugueses, falamos mais alto, rimos mais alto e parece que vivemos com uma maior intensidade. Isto é o tipo de coisas que não reparamos quando estamos em casa, habituados a isso, mas quando saímos de nós é que vemos o que está de fora. Não me importo nada de ter pessoas a olhar para mim ou para o grupo com quem estou quando falamos ou rimos alto. Estamos felizes, mesmo longe de tudo e cheios de trabalho. Quero viver sempre com esta boa energia.