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Portugal celebrou 40 anos após a assinatura do tratado de adesão às comunidades europeias, um momento adequado para avaliar a trajetória do país e refletir sobre o futuro do projeto europeu.
Vejamos a área da ciência! Hoje, estamos muito melhor do que à data da adesão. Não somos mais um país económica e socialmente isolado em relação aos movimentos globais, o sistema científico e o Ensino Superior são dos setores que mais se internacionalizaram e têm projetado a imagem de abertura ao Mundo.
Olhando o caminho percorrido, é claro o muito que Portugal avançou em matéria de I&D, a melhoria de massa crítica científica e o crescente interesse do poder político pela inovação. Hoje, é um lugar-comum dizer que Portugal conta com a geração jovem mais qualificada de sempre, incluindo de investigadores.
O balanço da adesão em matéria de ciência é positivo e tem vindo a traduzir-se em dinâmicas de emprego e na exportação de bens e serviços de valor acrescentado. O desenvolvimento científico é sinónimo de elevador social e de inclusão, sendo também um fator de desenvolvimento dos territórios periféricos.
Portugal deve estimular agendas colaborativas entre a ciência, a sociedade e a economia, para garantir a mudança de perfil de especialização da economia, contribuir para a soberania tecnológica e assegurar um progresso sustentado e sustentável.
Esta visão exige aumentar a capacidade de I&D e de inovação em contexto internacional, diversificar as atividades de I&D, diminuir a burocratização da gestão dos financiamentos e melhorar ambientes e práticas académicas.
Exige, igualmente, repensar a arquitetura legislativa da ciência e do Ensino Superior, nomeadamente do regime jurídico das instituições de Ensino Superior e do estatuto da carreira docente e dos investigadores, à luz dos desafios atuais do país e da Europa.