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O país político segue com elevado índice de apreensão a prestação do Governo socialista, que continua a não dar resposta cabal aos problemas nacionais e a não ser capaz de implementar as reformas estruturais de que Portugal necessita.
O país político continua a capitalizar no Chega o descontentamento face ao que se passa na nossa nação, lutando o PSD para liderar a Oposição e uma proposta de alternativa de Governo que urge que aconteça, mas que teima em continuar fora do firmamento dos portugueses, o que é preocupante e confrangedor.
A moção de censura do Chega ao Governo socialista foi mais um dos muitos atos da coligação política entre o PS e o Chega, deixando o PSD em dificuldade por uma abstenção óbvia e correta, mas com uma performance parlamentar que não marcou a opinião pública nem capitalizou o descontentamento dos portugueses.
Mas a verdade é que o PS continua a ter a ajuda do Chega para que o espetro político do centro/direita se divida e não permita fazer emergir um partido que lidere de forma evidente e forte a Oposição, e em especial lidere uma alternativa de Governo com qualidade e capacidade.
Se tudo isto é verdade na análise objetiva do que se passa na política de Portugal, os resultados das eleições regionais da Madeira evidenciam um PSD com dependência de outros partidos do centro/direita, em perda de capacidade autónoma de ganhar com maioria absoluta e mesmo em coligação com o CDS.
É um momento muito delicado na Madeira, e uma daquelas vitórias com o sabor muito amargo a derrota, que tem uma incidência negativa em Lisboa, com a derrota muito pesada do PS, de que António Costa foge na assunção pública de responsabilidade política, e uma vitória muito dolorosa do PSD, que Luís Montenegro assumiu com responsabilidade e solidariedade que se realçam.
O tempo político é muito difícil e os portugueses têm de ser colocados em primeiro lugar de uma vez por todas, de forma a que a ação de quem governa e de quem trabalha na Oposição tenha a coragem de ser diferente, tenha a capacidade de ser reformista, tenha a competência de liderar a adesão da opinião pública, sem a demagogia de quem diz mas não faz, de quem chega de forma ligeira e oportunista.
Agora, vamos ao debate e às decisões sobre o Orçamento do Estado 2024, vamos às decisões sobre a necessária redução da carga fiscal que vai pressionando negativamente os portugueses, verificando de que forma é que o Governo e o PS vão responder à boa proposta que o presidente do PSD apresentou na reentre política deste ano 2023.