O PCP, o meu partido, fez ontem 101 anos. E fê-los num momento em que é, mais uma vez, saco de pancada de muitos daqueles que só o agridem porque os comunistas não tiveram medo de levar pancada para que vivêssemos em democracia...
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E o que impressiona é que, apesar de "estar a morrer" e, efetivamente, ter visto significativamente reduzida a sua influência eleitoral, o PCP continua a ser, tal como antes do 25 de Abril, o "inimigo principal" do sistema. A quem se atribuem as culpas por qualquer mal que ocorra no país ou no Mundo.
A mensagem de quem rema contra a maré é sempre mais difícil de passar do que aquela que voga ao sabor da corrente. O PCP tem a virtude, que os seus 101 anos de história aprimoraram, de não ficar pela espuma dos dias, densificando as suas análises - o que vai contra os tempos que vivemos em que poucos vão para além dos tweets ou dos comentários nas redes sociais. O PCP comete erros de comunicação que, muitas vezes, desfocam e prejudicam o essencial da sua mensagem. Mas, convenhamos, o PCP também tem má comunicação social que, muitas vezes, deturpa deliberadamente as suas posições.
A cobertura da guerra da Ucrânia é uma mistura destas situações. O PCP alertou para o caldo que se estava a formar na Ucrânia e onde as responsabilidades do "Ocidente" no seu aquecimento são evidentes. A Rússia, invadindo a Ucrânia, cometeu um crime que foi prontamente criticado pelo PCP. Mas, lendo as notícias, os comentadores e os comentários nas redes sociais, parece que o PCP apoia a invasão e defende Putin! O que é uma calúnia que branqueia aqueles que, até agora, defendiam Putin por ter imposto um sistema capitalista liberal (ou selvagem) na Rússia.
Engenheiro