1- A Universidade de Verão com que o PSD deseja marcar, oficialmente, a sua "rentrée" arranca hoje. Longe vão os tempos em que os líderes social-democratas soçobravam ao poder mediático de uma sardinhada bem regada no meio do "povo laranja" para agendar o regresso ao activo.
Corpo do artigo
Agora, sobretudo com Manuela Ferreira Leite, é tudo mais formal e, em princípio, intelectualmente mais produtivo.
A Universidade de Verão (o nome escolhido para a coisa é pomposo...) deste ano tem um acrescido motivo de interesse (ou de desinteresse, consoante os gostos). Consta que a nova líder do PSD aproveitará o evento para falar. Isso mesmo: falar. Quebrar o silêncio - estratégico, dizem alguns - a que se remeteu desde que assumiu a presidência do PSD. Dizer o que pensa sobre os problemas do país. E, seguramente embalada por dias e dias de aturadas reflexões e discussões com a sua poderosa "entourage", apresentar soluções para os problemas do país. Um momento precioso e imperdível, portanto.
Se Manuela Ferreira Leite estiver bem disposta, não faltará matéria para abordar. Alguns exemplos óbvios: a "onda" (palavra usada pelo presidente da República) de criminalidade que anda por aí merece algum comentário à líder do PSD? Ou chega mandar um desconhecido ex-ministro da Justiça pedir a demissão do ministro da Administração Interna? A criação de um "superpolícia" é coisa com a qual o PSD concorda, ou nem por isso? O chip electrónico que os automobilistas serão obrigados a colocar nos automóveis preocupa o PSD? O aumento do preço dos livros escolares merece algum comentário do PSD? A sucessão de mortes na linha do Tua faz parte das preocupações do PSD?
O "povo" espera, impaciente, as palavras doutas de Manuela Ferreira Leite. Ela, que jurou não se vergar nunca à política espectáculo, tem a obrigação de não defraudar o "povo". Pelo menos aquele que ainda acredita que Manuela Ferreira Leite tem, de facto, alguma coisa para dizer.
2 - A minutos tantos do jogo deste sábado entre o Benfica e o F.C. Porto, um adepto dos encarnados (facto pouco relevante para o caso) entrou no relvado e apertou o pescoço ao "bandeirinha". O que impressiona não é a loucura do homem, mas a facilidade com que conseguiu chegar ao árbitro auxiliar.
De acordo com os regulamentos, está posta de lado a hipótese de o Estado da Luz ser interditado. Como da agressão não resultou uma lesão de "especial gravidade" (o que será isto: um esfaqueamento? um tiro? a cana do nariz partida?) nem a interrupção do encontro, uma multa (até a um máximo de 2500 euros, uma fortuna...) chegará para resolver a situação. Não está mal.