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Faltam poucas horas para fechar 2016. É tempo de renovação e de refletir sobre as movimentações sociais, políticas e económicas que marcaram o ano. Deste e do outro lado do Atlântico, os efeitos da crise e da globalização estiveram bem presentes. Porém, o impacto de 2016 deverá demorar a revelar-se em toda a sua extensão. Um desejo: que 2017 traga boas novas!
Em 2016, a invasão do terrorismo institucionalizou-se na Europa. Os atentados do "Estado Islâmico" na Bélgica, em França, na Alemanha, entre outros países, instauraram um clima de medo e de desconfiança permanentes no continente. Consequentemente, os movimentos nacionalistas ganharam força, trazendo à memória a Segunda Grande Guerra. Partidos de Direita radical como a Frente Nacional em França, o Partido Nacional Democrático na Alemanha ou o Partido da Liberdade na Holanda ameaçam a tolerância, a paz e a estabilidade com medidas xenófobas. E prometem tempos ainda mais difíceis.
Em 2016, o Reino Unido foi às urnas e escolheu deixar de ser um de nós. Mas os efeitos práticos consolidam-se em 2017 e seguintes anos. Com este resultado, Theresa May sucedeu a David Cameron sem arrependimentos ou controvérsias. Pela primeira vez na história da União Europeia, um país decidiu deixar o bloco, pondo em causa os seus princípios fundadores e arrastando-a, ainda mais, para o dilema inquietante que vai da paralisia à automutilação. Venha o novo ano.
Em 2016, a vitória de Trump nas eleições norte-americanas foi a notícia do ano, ao contrariar todas as expectativas do sistema e todas as previsões do politicamente correto. O nacionalismo avança e aproxima os continentes. Quais serão os efeitos práticos deste resultado para a Europa e para o Mundo? As primeiras grandes consequências sentem-se em 2017.
As sequelas da instabilidade social, política e económica de 2016 na história vão sentir-se nas próximas décadas. 2017 vai trazer as primeiras respostas de um Mundo que já não é mais o que era: Donald Trump toma posse em janeiro e, a partir daí, perceberemos melhor os contornos de uma eventual nova ordem mundial. As presidenciais francesas decorrem durante a primavera. A Alemanha vai votar no outono para as legislativas. A consolidação do Brexit chega no novo ano. Há programação para as quatro estações. Em ambos os lados do oceano, há esperança em António Guterres - uma boa notícia!
2017 é uma incógnita. Espera-se um ano difícil, mas com respostas. As dúvidas não trazem estabilidade. Que o novo ano devolva ao Mundo a paz, a segurança, a confiança e a tolerância. Que seja o fim de um ciclo avassalador. Haja esperança.
*EMPRESÁRIO E PRES. ASS. COMERCIAL DO PORTO