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A sede de vingança dificilmente se aplica no futebol senão numa segunda mão ou jogo à comparação. Contra ao Casa Pia, depois da derrota trágica contra o Benfica no Dragão, apelar a uma vindicta é caso de adaptação ao léxico sul-americano de Anselmi mas também uma promessa pouco velada de que haveria uma reacção em cadeia de todo o plantel. No jogo, o que se viu foi um jogador em efervescência, Rodrigo Mora, a abrir um livro de imprevisibilidade e magia logo ao amanhecer do jogo. Para rever. Depois, um pouco de mais do mesmo, poucas oportunidades, controlo quanto baste e três pontos que alimentam a luta pelo tão importante terceiro lugar com o Braga. A época não parece acabar e a pior notícia será que não acabe mesmo.
O Mundial de clubes será uma belíssima hipótese de relançamento para uma equipa que terá que entrar na nova época com a definição audaz de um candidato a ganhar títulos. Para tal, os últimos cinco jogos da temporada terão que nos classificar no último lugar do pódio, sob o risco de não haver mesmo período de pausa competitiva. Até lá, exige-se acerto. A reprimenda presidencial, felizmente acatada por um plantel que mostrou ter capitães à altura fora do campo, poderia ter sido o fim da época. Estamos todos com vontade que termine, mas é mesmo melhor não falhar os mínimos. E não poderá ser sempre Mora a decidir: é tempo do colectivo mostrar a força de uma aprendizagem que, mesmo forçada e a destempo, foi decidida para romper e se tornar permanente, num sistema táctico que exige intérpretes. Por agora, continuamos a ter bons executantes, a estudar como se faz.