A prenda de Natal antecipada e desejada por todos os adeptos teve direito a laçarotes de entrega e brilhantismo, talvez até mais do que se esperava perante um adversário que, no seu reduto, misto de Tejo e lezíria, já havia criado grandes dificuldades ao Benfica e vencido o Vitória, aguentando o empate até boa parte do segundo tempo em Alvalade. Sabia-se que qualquer desconcentração competitiva podia ser fatal, pelo que ninguém aproveitou o frio para se recolher. E foi assim que 22 anos depois, precisamente no mesmo dia 22 de dezembro, o F. C. Porto regressa a Alverca para uma vitória mais avolumada do que a que havia acontecido com golos de Maniche e Derlei, num 2-1 pela mão de José Mourinho. O futebol dá muitas voltas, mas também esta contou com a soma de três pontos.
Com a ausência de Bednarek, Pablo Rosario foi chamado ao eixo central da defesa para fazer uma daquela meia dúzia de lugares que tem na sua condição natural de futebolista que calça como uma luva à medida do treinador. Martim Fernandes fez as duas alas, Rodrigo Mora voltou a ser titular permitindo a Gabri Veiga a habitual rendição a meio da segunda parte, Samu continuou tão complementar com os colegas como no jogo com o Estrela, Varela apareceu mais concentrado e até fez um golo de oportunidade dentro da área. Mas é Borja Sainz a elevar a fasquia antes de descansar na próxima jornada frente ao Aves (o 5.° amarelo retira-o do jogo): com o seu primeiro golo de cabeça no F. C. Porto, após um anulado por centímetros três minutos antes e com um golo (o terceiro) obra-prima de levantar o estádio, o espanhol deixou a sua marca artística e uma resposta a quem o acusa de ser um jogador unicamente voluntarioso. Talvez seja ele o jogador mais regular de todos os que compõem o tridente ofensivo do F. C. Porto desta época.
*Adepto do F. C. Porto

