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Imagino que há de chegar o dia em que votaremos a partir de uma aplicação, em qualquer sítio e, praticamente, em qualquer circunstância, da mesma forma que hoje efetuamos pagamentos ao Estado e pedimos certidões em qualquer momento. Chegados aí, o processo vai ser seguramente mais simples e acessível, mas havemos de sentir a perda do encanto de nos deslocarmos à mesa de voto, de nos identificarmos presencialmente como cidadãos eleitores e de cumprirmos o procedimento, quase religioso, de colocar a cruz no papel, o papel na urna e de fazer os devidos agradecimentos e cumprimentos aos membros da secção de voto.
Votar nos termos em que hoje ocorre é um acontecimento social. Um dia de festa, de encontros e reencontros. É claro que as novas tecnologias serão bem-vindas a vão facilitar o processo, mas nada vai substituir a atmosfera democrática que se vive nas mesas de voto do país em dia de eleições.
Fica, por isso, aqui o meu desafio para que todos aqueles que leem esta linhas votem no próximo dia 18 de maio. Este simples gesto representa tudo. Significa, no caso destas eleições, que é cada um de nós que decide quem quer que o represente na administração do país. Significa o nosso posicionamento político, com base em ideias e princípios sobre economia e sociedade. Significa a afirmação de um indivíduo com capacidade para refletir e decidir por si próprio. E significa participar numa grande festa coletiva: a festa da democracia.
Seria bom que todos aqueles que não se sentem motivados para votar ganhassem consciência do que estão a perder. Vejamos o que acontece nos países sujeitos a regimes não democráticos. Há opressão, negação de direitos universais e tristeza. Em contraponto, nos regimes democráticos há sons, ainda que possam ser de protesto, há cores pluripartidárias, há participação, há ambiente de tolerância e de respeito pelo outro.
O voto é uma das grandes conquistas da Humanidade. Muitos lutaram, e muitos deram a vida, para que tivéssemos a possibilidade de decidir por nós. Faltar à chamada é dar razão àqueles que lutaram pelo contrário e que gostariam de escolher por todos e de nos manter manietados.
Temos, por isso, todas as razões para exercermos o nosso direito de escolha de quem vai gerir os nossos interesses. Esta é a forma de não deixarmos que os outros escolham por nós. É a forma de fazermos parte e participantes de uma festa coletiva e de vivenciarmos uma experiência única que as novas tecnologias, no futuro, podem diluir de intensidade.
Fica aqui o meu apelo para que este próximo domingo, dia 18 de maio, façamos uma grande manifestação de cidadania.
Vamos votar!