Corpo do artigo
Celebrou-se no passado dia 1 o Dia Internacional do Idoso. Os princípios das Nações Unidas para as pessoas idosas, adotados pela resolução 46/91 da Assembleia Geral das Nações Unidas, de 16 de dezembro de 1991, consagram o seu direito à participação entendendo-o como o direito da pessoa idosa de permanecer integrada na sociedade, participar ativamente na formulação e execução de políticas que afetem diretamente o seu bem-estar e a partilhar os seus conhecimentos e aptidões com as gerações mais jovens.
Garantir esta materialização é um dos grandes desafios com que se debatem as administrações públicas, sejam elas nacionais ou locais. Na verdade, para garantir a participação dos seniores é indispensável e condição determinante assegurar a sua proteção, valorização, assim como garantir o apoio às suas limitações e necessidades.
O desafio é tanto maior porque o acentuado envelhecimento da sociedade é uma realidade com tendência para se agravar nos próximos anos. Também é verdade que, felizmente, os seniores gozam de um melhor estado de saúde do que alguma vez sucedeu, fruto dos avanços aos níveis dos cuidados de saúde e de prevenção.
A soma destas parcelas não pode dar zero. Mais seniores, com mais saúde, tem de dar mais comunidade. Para isso, devem ser criadas condições para garantir o seu bem-estar e para colocar os seus conhecimentos e aptidões ao serviço comum. Aliás, esta é seguramente uma via para o conseguirmos. Sentirem que são acarinhados, que a sua ação e envolvimento são importantes e que contam é condição de realização pessoal, seja para quem for.
A Rede de Academias Seniores que estamos a criar em Vila Nova de Famalicão, o projeto desportivo “Mais e Melhores Anos” que envolve mais de quatro mil seniores, o Espaço Sénior que vamos abrir na zona nobre do centro urbano de Vila Nova de Famalicão, o programa Há Cultura, que desafia os seniores a soltarem a sua veia artística, as parcerias que estabelecemos com o setor social privado, os programas de apoio social, como o programa Faz e Refaz, para dotar as pessoas com capacidades e competências que promovem a sua autonomização e independência social e económica, tudo isto são contributos direcionados para apoiar os seniores de Famalicão e para motivá-los à ativação comunitária.
O nosso histórico de atuação mostra que não é preciso um grande esforço de convencimento. Os seniores estão ávidos de participação, só precisam das condições para o fazerem e que lhes sejam dados espaços de liberdade, de socialização e de proteção.
Respeitar e garantir os princípios das Nações Unidas para as Pessoas Idosas é imperioso pela salvaguarda dos direitos que assiste a todos os seniores. Mas é também imperioso pelo retorno pessoal e comunitário que advém de cidadãos de bem consigo próprios e com o espaço social em que estão inseridos.
Pelo evoluir demográfico da nossa sociedade, as políticas de apoio à terceira idade são cada vez menos uma estratégia de proteção e cada vez mais uma estratégia de desenvolvimento.