O que aconteceu aos escândalos de Boris Johnson que pareciam enterrar o primeiro-ministro britânico num poço de impopularidade? O que sucedeu aos problemas de popularidade de Joe Biden que indiciavam um cinzento resto de mandato na Casa Branca?
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Emmanuel Macron não hesitou em anunciar a sua recandidatura ao Eliseu já com a guerra a decorrer, depois de ter atingido níveis de popularidade anormalmente baixos em 2021. A guerra "lava mais branco".
Boris Johnson já não precisa sequer de falar da porquinha Peppa. Não lhe falta assunto. As festas em Downing Street parecem ter sido relegadas para um baú de recordações. O líder britânico diz agora que vai apresentar um "plano de ação" internacional destinado a fazer "fracassar" a invasão russa da Ucrânia. A frente externa salva o flanco interno?
Segundo uma sondagem publicada pelo "Le Monde" no sábado, em apenas uma semana, Macron subiu quatro pontos percentuais, de 26,5% para 30,5%, ao mesmo tempo que os seus rivais diretos registaram quedas. Após o início do conflito na Ucrânia, Macron efetuou múltiplos contactos telefónicos com Putin e Zelensky. Johnson parece agora querer competir com Paris no tabuleiro da diplomacia.
Depois de vários meses sombrios devido à pandemia e à nuvem negra da inflação, uma sondagem mostrou na última sexta-feira que Joe Biden melhorou os seus índices de popularidade, logo após o seu discurso sobre o Estado da União. O presidente norte-americano avisou repetidamente sobre a iminente invasão da Ucrânia e o seu discurso tem sido firme. Biden não caiu no erro de Chamberlain, primeiro-ministro britânico, que acreditou em Hitler quando este lhe garantiu que não queria expandir a Alemanha. Aquela promessa do líder nazi data de 1938. Em 2022, Putin disse a Biden que todos os alertas ocidentais não passavam de histerismo.
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