Caro leitor, esta edição do JN que tem nas mãos é histórica por um punhado de razões, que honram o nosso compromisso com o jornalismo livre e em consequência se obriga a escrutinar os poderes públicos em defesa do bem comum. Mas que o faz com a responsabilidade institucional de quem está comprometido com o Estado de direito e a história da Democracia e por isso não cede, de jeito nenhum, à tentação fácil de fazer justiça na praça pública ou jogar por fora o jogo político dos partidos e das suas representações.
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A primeira razão histórica prende--se com a nossa memória. Um património de 125 anos, sabiamente tratado e guardado no nosso Centro de Documentação, proporciona sempre ângulos de comparação tão inesperados quanto reveladores. As fotos comparativas do que eram e do que são as nossas cidades são exaltantes. E, como é próprio de uma marca com 125 anos, são o vínculo familiar com que avós e netos podem discutir o presente e o futuro gregário. E, no fundo, o modelo de desenvolvimento que mais nos pode interessar.
A segunda razão histórica prende--se com o capital de credibilidade que o JN granjeou. Mais que um jornal e uma marca, o JN é uma instituição que a sociedade civil reconhece como sua e isso explica a qualidade das figuras que aceitaram fazer o seu depoimento sobre os desafios que temos a travar em áreas tão decisivas como a da aquisição e partilha de conhecimento e competências.
A terceira razão histórica prende-se com o exercício da meritocracia, que é uma métrica disponível para todos, mas só alguns conseguem torná-la aceitável para a generalidade dos concidadãos. O humilde e honrado trabalho de 125 anos deu ao JN esse alvará e dele fizemos a âncora em que fundeamos um conjunto de escolhas através das quais descobrimos ao longo desta edição que em qualquer canto do Mundo é provável que haja um português extraordinário.
A quarta razão histórica prende-se com o ADN do JN. Essa condição de nascença que nos trouxe até aqui pelos caminhos da informação de proximidade. Que alguns confundiram ao longo dos tempos com algum cunho paroquial, ou parolo, e que a globalização em curso está a recolocar no eixo comunicacional das necessidades mais urgentes. Porque de pouco serve olhar o Mundo, e perdermo--nos nessa contemplação que nos apequena, e não vislumbrar o vizinho com os seus outros mundos. Por isso, aos 125 anos, o JN retomou os caminhos do Portugal profundo e, desde fevereiro, que tratamos nas edições em papel e no JN ONLINE dos nossos distritos. Produzimos mais de 1500 notícias, reportagens, entrevistas sobre pessoas, terras, empresas, associações, sindicatos, instituições de todos os géneros que viviam escondidas dos palcos mediáticos. Em Braga, em Viana do Castelo, em Bragança, em Vila Real, em Aveiro, descobrimos heróis dispostos a vencer todos os desafios. Um estado de alma que casa bem com o JN porque aos 125 anos de vida já se viu de tudo. E está-se preparado para tudo.
A quinta razão histórica prende-se com o nosso compromisso social. O JN é, como o próprio nome indica, um jornal de notícias. São elas a razão da nossa existência e são elas que nos garantem mais de um milhão de leitores. Mas não prescindimos de ter opinião sobre o essencial das leis e das políticas que nos governam. Na Saúde, na Educação, na Justiça, na Economia ou a propósito das questões de futuro, o JN reúne a opinião de dezenas de figuras da vida nacional de competência e idoneidade irrefutáveis.
A sexta razão histórica prende-se com a afabilidade que só o passar dos anos empresta aos homens e às suas instituições. O JN é uma saga de muitas gerações que foram transmitindo essa afabilidade que hoje nos permite animar um Grupo Informal de Combate aos Custos de Contexto que reflete e apresenta sugestões regulares para melhorar a nossa competitividade. É um imenso campo de intervenção que não custa um euro sequer aos cofres públicos e que pode representar uma melhoria imensa no dia a dia de uma empresa. Eliminar burocracias, melhorar a qualidade e a estabilidade da lei, harmonizar e simplificar procedimentos correntes seguidos pelos serviços públicos ou adequar o grau de exigência num amplo leque de matérias à realidade atual são medidas de custo zero para o Orçamento do Estado, mas enorme benefício para a economia real, sobretudo para as micro e pequenas empresas.
Quem vive assim, de bem com o passado e pronto para o futuro, só pode nutrir um sentimento: GRATIDÃO.
Obrigado, caro leitor.
Somos o JN.