O papel e organização do Estado numa sociedade democrática é um dos motivos de discussão entre as várias forças políticas, com as diferentes conceções e formas de intervenção amplificadas em períodos eleitorais.
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Para além disso, vai-se enraizando a ideia de que a Esquerda defende uma maior presença do Estado em todos os processos que constituem o nosso dia a dia, com os setores mais conservadores a serem conotados com uma intervenção mais discreta.
Para que o país tenha um caminho de sucesso é necessário acordar um conjunto de princípios base de uma política integral, coerente e sistémica de rumo social e económico, no qual o papel moderador e regulador do Estado é fundamental. Áreas como a defesa, justiça, segurança, educação e saúde são o garante de direitos fundamentais a todos os cidadãos. Mas será sobretudo na forma como se organizam essas áreas que se encontram as maiores divergências de conceito e, ou, de forma.
Os profissionais do setor público são fundamentais de mudança de um país, sejam professores, forças policiais, juízes, juristas ou assistentes operacionais. O reconhecimento do seu talento e a liberdade para inovar serão fatores-chave da mudança. Um médico ou um enfermeiro devem sobretudo poder concentrar-se nas necessidades dos seus doentes, não em massificações burocráticas complexas e desgastantes. Quanto mais um governo se envolver em tentativas de direção e controlo do setor público, mais ineficientes e desmoralizados se irão tornar os seus colaboradores. Uma visão centralista será uma das principais razões para quebras de produtividade, que está longe de poder ser solucionada por aumentos contínuos da despesa. Será fundamental garantir mais liberdade e autonomia aos serviços públicos, com equivalente responsabilidade e formas de recompensa pelos resultados obtidos.
Reitor da UTAD