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O aproximar de mais um ciclo da avaliação das unidades de investigação reconhecidas pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT) constitui um marco importante para o futuro destes centros, bem como das entidades em que as mesmas se encontram ancoradas, normalmente as universidades e alguns politécnicos da rede do Ensino Superior. De acordo com o Atlas das Unidades de Investigação de 2022, publicado pela FCT, o número total de investigadores cresceu, entre 2001 e 2020, de 17 7125 para um total de 53 174, o que evidencia a consolidação do sistema de I+D nacional. As unidades de I+D são a componente principal do modelo, sendo que em 2018, ano da última avaliação internacional, foram aceites para financiamento um total de 312 unidades, para as quais foi atribuído um financiamento global de 531 milhões de euros. Sendo a ciência e a inovação o oxigénio que alimenta o tecido produtivo de uma sociedade, não surpreende que sejam os países mais ricos e desenvolvidos aqueles que apresentam modelos de apoio mais expressivos.
O investimento em Investigação e Desenvolvimento deve constituir uma prioridade do Governo, sendo fundamental continuar a aumentar o ratio de investimento em I+D sobre o PIB. Devemos discutir a orientação dos modelos, sobretudo no melhor caminho para a criação de riqueza para o país, sendo essa a única forma de tornar sustentável uma política pública de apoio. Para isso é fundamental alimentar todo o pipeline da cadeia de investigação, desde logo a sua base estrutural. Os modelos de avaliação internacional devem também ter homogeneidade, evitando sobressaltos e oscilações desnecessárias. Impõe-se continuar o reforço do financiamento da ciência, nomeadamente através da FCT que, apesar da sua forte resiliência, vai mostrando naturais sinais de alguma debilidade financeira, face à dimensão dos compromissos existentes. Aguardamos os próximos meses com empenho e confiança.