Fui vereador da Câmara do Porto mais de 12 anos. Nesse período, convivi com três presidentes e dezenas de vereadores. Participei em centenas de reuniões, abertas ao público ou privadas.
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Apreciei e votei, assim, milhares de assuntos. Gastei, literalmente, meses da minha vida a preparar as reuniões, procurando entender os assuntos, formar uma opinião fundamentada sobre os mesmos e preparando as respetivas intervenções. Creio que é isso que se exige a todos os que foram eleitos. Partindo do pressuposto de que as reuniões são espaços de debate democrático que permite, com as diversas opiniões, melhorar as propostas em prol da cidade e da sua população. Durante esses mais de doze anos (tal como aconteceu antes), nunca foi imposta qualquer limitação ao tempo de intervenção de nenhum vereador, sem que isso provocasse perda de eficácia municipal.
Rui Moreira é dos que acham que as reuniões da Câmara são uma perda de tempo. Mas, ao contrário dos seus antecessores, que até poderiam pensar o mesmo, decidiu impor um limite, por reunião, de 10 minutos de intervenção a cada vereador. Ou seja, com agendas que, normalmente, têm cerca de 20 assuntos para deliberar e que demoram horas a ler e preparar, acha que 10 minutos são suficientes para cada vereador (ou para cada força política, no caso da CDU ou do BE) expor os seus pontos de vista! A habitual lei da rolha, típica de quem, apesar das vestes democráticas, não entende o que é a essência do poder local democrático e convive mal com a diferença de opiniões......
PS: o JN decidiu que, a partir de hoje, os meus textos passarão de semanais a mensais. Estarei aqui só nas primeiras segundas-feiras de cada mês. Até 6 de junho!
*Engenheiro