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A notícia da decisão de aprovação do Mestrado Integrado em Medicina na Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, UTAD, pela Agência de Avaliação e Acreditação do Ensino Superior, A3es, criou uma onda de entusiasmo e esperança, ao permitir que, finalmente, o Interior do Norte de Portugal possa ter formação médica graduada, baseada na parceria da UTAD com a Unidade de Saúde Local, compreendendo um hospital central, dois complementares, para além de três anteriores ACES e hospitais do sistema social.
A proposta de formação médica da UTAD é inovadora, credível e ambiciosa, com um corpo docente sólido, competente e prestigiado, balanceada com a prudência necessária no número de estudantes a admitir, que não ultrapassa as 40 vagas em cada ano letivo. Resulta de um projeto trabalhado a partir de 2021, com a convicção firme da sua importância e contributo para um país melhor. Em 2023 e 2024, por razões específicas invocadas pela A3es, o processo não foi concluído com sucesso, o que só foi possível em 2025. O ponto de partida foi uma espécie de "folha em branco", com um histórico de boas intenções que nunca tinham passado disso mesmo, tendo contado com o apoio inexcedível de um conjunto de pessoas e instituições, desde o comité externo de especialistas, passando pelo diretor de curso, dos dois presidentes da ULSTMAD, Direção do Centro Académico Clínico, diretores clínicos hospitalares, terminando no trabalho único, imprescindível e exaustivo das professoras Carla Amaral e Raquel Chaves. Eu tive o privilégio de coordenar o dossier como um todo. Não podendo controlar a origem e a direção dos ventos externos, tive de perceber como ajustar as velas, para não desistir e alcançar o objetivo.
Foi muito importante o apoio político ao projeto. Sendo justo referir que começou ainda com o Governo anterior e foi afirmado de forma pública pelo atual primeiro-ministro, ministra e secretária de Estado da Saúde. Olhando para o presente e futuro, a todos, muito obrigado.
