A minha agenda liberal
Elaborando sobre a importância de votar, lembro aquela história do professor de Economia que era conhecido por raramente reprovar um aluno, mas em certa ocasião chumbou a turma inteira.
Essa turma tinha insistido com ele, que uma determinada visão política, que reclamava que ninguém seria pobre ou rico e tudo seria igualitário e "justo", funcionava mesmo. O professor torceu o nariz e disse "Ok, então vamos fazer uma experiência aqui na turma mas, em vez de dinheiro, usaremos as vossas notas nos exames".
Todas as notas seriam dadas com base na média da turma, e seriam "justas"; todos receberiam as mesmas classificações, e ninguém chumbava; mas, claro, também ninguém "tirava" 20.
Assim sucedeu e, logo que a primeira média foi calculada, todos tiveram 14. Quem estudou com dedicação ficou indignado, achando que merecia mais; e os que não se esforçaram ficaram felizes, pois nunca esperaram tanto!
Quando a segunda prova aconteceu, os cábulas estudaram ainda menos porque pensaram ir tirar notas boas de qualquer forma, e os que tinham estudado muito no início quiseram aproveitar-se da média geral. Todos seguiram os hábitos dos preguiçosos e a média baixou para 10.
Ninguém gostou, todos protestaram, mas o terceiro teste foi ainda pior: a média foi um vergonhoso 5; porque, afinal, ninguém quis estudar para beneficiar quem só queria "sopas e descanso". Resultado: chumbaram todos.
Esta experiência "política" falhou porque foi baseada na preguiça e na lei do menor esforço, e disso resultam sempre mágoas e conflito.
Quando a recompensa é grande, o esforço pelo sucesso é grande, mas quando se eliminam as recompensas, retirando, sem licença, valores aos que se esforçam (para os distribuir por quem nada fez), então o fracasso é inevitável.
*Especialista em Media Intelligence

