<em>"Pergunte a si mesmo se gasta tempo com coisas erradas".</em><em>"É sempre possível mudar de plano, desde que se tenha outro".</em><em>"O tempo deve ser gerido com precisão, assim como o dinheiro".</em><em>"Tire férias".</em>
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Estes são apenas alguns conselhos de Randy Pausch, o professor norte-americano que ficou conhecido em todo o Mundo depois de ter dado a sua última aula na Universidade de Carnegie Mellon, em Pittsburgh. Era tradição dos professores da instituição simular que estavam a viver os seus últimos dias para transmitirem aos alunos os verdadeiros valores da vida. Quando se dirigiu aos estudantes, Pausch não estava a fingir. Estava a morrer. De cancro no pâncreas.
A palestra do professor, em 2007, foi dedicada aos filhos. Escolheu falar da vida. Da celebração da vida. "A aula era para os meus filhos, mas se outros encontraram valor nela, é maravilhoso", escreveu antes de morrer.
O discurso foi visto por milhares de pessoas no YouTube e deu origem a um livro, escrito pelo jornalista do "Washington Post" Jeffrey Zaslow, traduzido em 32 línguas.
Antes da sua morte, a 13 de março de 2008, o professor participou numa audiência do Congresso norte-americano sobre o cancro do pâncreas, porque se havia tornado num ativista a favor da investigação e de novos tratamentos contra a doença. E tinha uma simples esperança: encontrar uma cura até os filhos serem adultos.
Pausch morreu demasiado depressa. Como todos aqueles que de um dia para o outro acordam com icterícia e que acabam por ser classificados como doentes inoperáveis.
Ontem, lembrei-me de Randy Pausch. Ontem, também me lembrei do meu pai. O Hospital de São João fez uma cirurgia potencialmente curativa de cancro do pâncreas.
Foi a melhor notícia da semana. Arrisco escrever que foi a melhor do ano.
*Diretor-adjunto