Conta uma velha fábula que um dia um escorpião pediu a uma rã para o ajudar a atravessar o rio porque não sabia nadar, ao que a rã se negou porque tinha medo do famoso veneno do ferrão do escorpião. Mas o escorpião argumentou que não a mataria porque se o fizesse morreriam os dois.
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"Se eu espetar o ferrão em ti morreremos os dois e eu não quero morrer" - disse-lhe o escorpião. A rã pensou um pouco e acabou por aceder. A meio da travessia do rio, contudo, o escorpião ferrou o veneno na rã, que começou a desfalecer. Na agonia das dores e quase a morrer, a rã disse-lhe: "Porque fizeste isso? Não vês que assim vamos morrer os dois?" Ao que o escorpião lhe respondeu: "Não pude evitar... é a minha natureza"! Passadas as ilusões de uma nova era de solidariedade incondicional e irmandade global, o tempo infinito da Covid-19 desperta, vaga após vaga, o âmago da natureza individual e, em muitos casos, a inabilidade de compreender que a subsistência pessoal dependerá sempre da capacidade de chegar à outra margem.
A subir
Só tempo nos permitirá perceber o verdadeiro alcance do feito conquistado por Abel Ferreira. Simplesmente notável.
A descer
Entre o muito que já se disse e escreveu sobre o ocorrido no passado sábado, é imperativo recordar o único ponto consensual: que nunca se volte a repetir.
*Diretor-executivo da Liga Portugal